António Miguel Cardoso sobre Álvaro Pacheco: «Um pedido desculpa é o mínimo. Lamento que não tenha acontecido»

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Confirmada a saída de Álvaro Pacheco, o presidente do V. Guimarães, António Miguel Cardoso, falou aos jornalistas sobre a atualidade no clube e o futuro.  Álvaro Pacheco sai mesmo a custo zero? Se sai, o porquê disso? "Sim, o treinador sai a custo zero. Perante estes factos, com um treinador que pretende sair, o Vitória não pode ficar refém. O Vitória tem de planear a próxima época, temos de planear a próxima época e temos de ter esse cuidado. Percebemos que não era com o Álvaro Pacheco, sentimos que não ia ser possível. Perante a demissão permitimos que seguisse o seu caminho".

O próximo alvo é o Rui Borges? "Perante estes factos e quando percebemos que a direção era esta, temos de estar no mercado. Isso será falado a partir da próxima semana. Temos um jogo importante, um treinador que está ao leme e temos todos muita vontade de fazer um último jogo em grande. Com certeza que estamos a falar com alguns treinadores, em breve iremos dizer quem é o sucessor".

Desde 2015, com Rui Vitória, o Vitória não tem um treinador duas épocas consecutivas. Essa estabilidade que te faltado tem condicionado? "Estamos numa fase em que vamos conseguir a terceira qualificação consecutiva para as competições europeias, desportivamente estamos bem, temos um excelente plantel, um excelente grupo de jogadores e staff. Tudo isso proporcionou uma excelente época. Obviamente, queríamos mais. Queremos essa estabilidade com alguém que veja o Vitória acima de qualquer situação. Quem está no Vitória tem de defender o clube a todos os níveis. Enquanto cá estivermos é para defender os interesses do Vitória. Esperamos que com o próximo treinador as coisas corram de outra forma, alguém que fique mais do que uma temporada".

De alguma forma este processo condicionou as últimas prestações e uma classificação mais ambiciosa? "Não posso ser direto e objetivo na resposta. Temos feito vários almoços de motivação, se no último almoço que fizemos que visava a motivação e a conquista do máximo número de pontos nas últimas três jornadas o líder e grande timoneiro da equipa não esteve presente, óbvio que algum impacto isso pode ter em toda a estrutura e nos jogadores. Por isso, de alguma forma acredito que sim"

Como interpreta esta decisão de Álvaro Pacheco? "Obviamente que não fico satisfeito com os factos, não tenho grandes interpretações a fazer. Lamento porque deveria ter acabado a época. Somos todos pessoas, todos temos sentimentos, entendemos que o Álvaro pense na próxima época, mas as coisas têm de ser feitas de determinada forma, o que não foi o caso. Quando não acontecem, como foi o caso, às vezes acontece, há que pedir desculpa ao emblema. Lamento que não tenha acontecido. É totalmente surreal imaginar que a direção do Vitória permitiu que o Álvaro tivesse faltado a um evento do grupo para ir reunir com outro clube. Um pedido desculpa é o mínimo, isso lamentamos. Percebendo os factos, achamos que devíamos ter a paz e tranquilidade para a época chegar ao final e tomar depois as medidas corretas. A três dias do fim isto não faz muito sentido, mas as ações ficam com cada um".

De que forma estes eventos interferem na preparação da próxima época? "Temos um departamento de estratégia que já estava a preparar a próxima época. Mesmo no dia a seguir ao jantar em Lisboa, tive o cuidado de ligar ao agente do Álvaro a perguntar se continuava connosco na próxima época ou se iria sair no final. Se punha essa hipótese é porque ainda assim acreditava que seria possível que ficasse pois tecnicamente não temos nada a dizer. Não foi o caso. O treinador foi muito claro na vontade de sair no final da época. O projeto do Vitória estará bem vivo, temos de ter outro timoneiro a tomar conta da equipa, isso faz parte do futebol. As coisas vão continuar a ser trabalhadas como até agora".

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