Antony Blinken em Angola para aumentar parceria bilateral

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Fora dos radares não estará por certo a ‘concorrência’ geográfica com a China e a nova postura de Washington em relação à OPEP.

O presidente de Angola, João Lourenço, recebeu em audiência esta manhã, no Palácio Presidencial, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, no quadro do reforço da parceria entre os dois países. Na audiência, o secretário de Estado norte-americano esteve acompanhado do embaixador dos Estados Unidos da América em Angola, Tulinabo Mushingi, e de membros da delegação que o acompanha neste périplo por África, refere a imprensa angolana. Blinken chegou esta quarta-feira à capital angolana, para uma visita de trabalho de 24 horas, onde vai cumprir uma intensa agenda de trabalho, referem as mesmas fontes.

A presença de Blinken em Angola surge depois de o país africano ter deixado de fazer parte da OPEP. Os analistas afirmam que a desistência de Angola tem a ver com pressões dos Estados Unidos nesse sentido – numa estratégia para tentar diminuir o poder da organização sobre o mercado em que atua.

Os Estados Unidos têm afirmado que a política da OPEP de manter os preços do crude a níveis desnecessariamente altos é um entrave ao desenvolvimento das economias no quadro das duas guerras em curso, do aumento da inflação e dos picos em alta das taxas de juro. Os Estados Unidos têm-se esforçado por manter o preço do crude abaixo dos 90 dólares por barril e têm tentado agregar à ‘causa’ outros produtores.

Para os analistas a outra prioridade do chefe da diplomacia norte-americana é uma aposta reforçada na capacidade produtiva de Angola, com mais investimento norte-americano, principalmente para assegurar a segurança alimentar. “Nos últimos anos, assistimos quase a uma tempestade perfeita entre Covid-19, alterações climáticas e conflitos como a agressão russa, com forte impacto na segurança alimentar”, afirmou Antony Blinken na visita ao Centro de Ciência de Luanda, citado pela imprensa.

De fora não pode ficar também a vontade norte-americana de contrabalançar – em Angola como noutras geografias – o peso crescente que a China ou a Rússia no continente africano em geral e em Angola em particular.

O secretário de Estado norte-americano visitou as instalações da operadora de telemóveis Africell, em Luanda. O CEO da Africell, Jorge Vazquez, em declarações aos jornalistas, sublinhou que esta visita “acentua a relação que temos e que está a crescer com o governo de Angola, assim como o investimento crescente com outras companhias americanas e como estão a trabalhar em conjunto para trazer muitas oportunidades para Angola”.

O administrador acrescentou ainda que a empresa, que está no mercado há dois anos, tem como objetivo a cobertura por via da qualidade e da expansão gradual pelo território nacional de província a província.

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