Argentina. José Cesário admite apoios a cidadãos portugueses em grave carência

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O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, manifestou este sábado, em entrevista à Lusa, a intenção de identificar na comunidade portuguesa na Argentina quem, devido à crise económica, esteja em grave situação, admitindo apoios específicos.

"Começamos a ter aqui na Argentina setores da comunidade que vivem com enormes dificuldades económicas. São pessoas que não recebem nada. Estamos a trabalhar com as associações portuguesas para identificar essas pessoas e para poder apoiá-las", indicou em entrevista à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.

"Sabemos que há muitas pessoas em dificuldades, mas que não aparecem, talvez por vergonha. Sabemos que aqui na Argentina esses casos estão a aumentar", acrescentou o secretário.

Com base nos dados oficiais, o Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina atualizou nesta semana os dados sociais do país. A pobreza no primeiro trimestre de 2024 pulou para 54,6%, vindo de 38,8% no mesmo período do ano passado. A indigência passou de 8,8% a 19,8% em um ano.

Embora esteja numa trajetória de queda, a inflação acumulada desde o começo do mandato do Presidente Javier Milei em dezembro soma 125,5%, a mais alta do mundo. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada chega a 271,5%. A recessão económica no primeiro trimestre provocou uma queda de 5,1% no Produto Interno Bruto.

"A grande questão para nós, neste momento, são aqueles que não recebem nada. São esses casos que temos de identificar", especifica José Cesário.

O secretário de Estado aponta três caminhos de ajuda financeira: O Apoio Social a Idosos Carenciados das Comunidades Portuguesas (ASIC-CP), o Apoio Social a Emigrantes Carenciados das Comunidades Portuguesas (ASEC-CP) e o apoio ao trabalho social das associações portuguesas.

"Através dessas três possibilidades, podemos apoiar os casos que se justificarem", aponta Cesário.

O secretário está em visita ao Brasil, ao Uruguai e à Argentina, entre os dias 5 e 15 de julho. Antes de deixar Buenos Aires no dia 9 rumo ao Brasil, Cesário conversou com membros das 15 instituições portuguesas na Argentina, de quem ouviu as principais preocupações.

"As instituições portuguesas na Argentina não são alheias à realidade económica do país. Os compatriotas que nos procurarem para contar os problemas económicos pelos quais estão a passar, as nossas casas portuguesas estarão para dar a ajuda necessária. Não queremos que nenhum português passe nenhuma necessidade", garantiu à Lusa Victor Estanqueiro, presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas da Argentina e presidente do Clube Português da Grande Buenos Aires, a maior instituição lusitana na Argentina.

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