ARN volta a dominar o Nobel da Medicina – desta vez, o micro

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O Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina de 2024 foi atribuído aos investigadores Victor Ambros e Gary Ruvkun pela “descoberta do microARN [ácido ribonucleico] e do seu papel na regulação pós-transcripcional dos genes”, anunciou nesta segunda-feira o Comité do Prémio Nobel no Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.

O comité destaca, em comunicado, que o microARN é uma “nova classe de pequenas moléculas de ARN que desempenham um papel crucial na regulação dos genes”. “A sua descoberta pioneira no pequeno verme C. elegans revelou um princípio completamente novo de regulação dos genes. Este princípio revelou-se essencial para os organismos multicelulares, incluindo os seres humanos. Os microARN estão a revelar-se de importância fundamental para o desenvolvimento e funcionamento dos organismos”, acrescenta.

Os vencedores da edição deste ano do Prémio Nobel vão receber 11 milhões de coroas suecas (cerca de 966 mil euros, ao câmbio actual).

Os Prémios Nobel, criados em 1895 pelo inventor sueco da dinamite e empresário ​Alfred Nobel, são atribuídos anualmente pela Academia Real das Ciências da Suécia, pelo Comité do Prémio Nobel e pelo Instituto Karolinska a pessoas ou organizações que contribuíram de forma excepcional nos campos da medicina, química, física, literatura, paz e economia.

Ao longo de mais de 120 anos, entre 1901 e 2023, 227 cientistas receberam o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina, 13 dos quais foram entregues a mulheres. O mais jovem laureado foi Frederick G. Banting, que recebeu o Prémio Nobel da Medicina em 1923 pela descoberta da insulina quando tinha apenas 31 anos. Já o mais velho vencedor, até à data, é Francis Peyton Rous, que tinha 87 anos quando lhe foi atribuído o prémio, em 1966, pela descoberta de vírus indutores de tumores.

Em 1949, o neurologista português Egas Moniz partilhou o Prémio Nobel da Medicina com o fisiologista suíço Walter Rudolf Hess, com quem desenvolveu a técnica da leucotomia pré-frontal.

No ano passado, o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina foi atribuído aos investigadores Katalin Karikó e Drew Weissman pelas suas descobertas “que permitiram o desenvolvimento de vacinas ARN-mensageiro (ARNm) eficazes contra a covid-19”.

Descoberto em 1961, o ARN-mensageiro é uma molécula que copia as instruções do código de ADN, que estão no interior do núcleo das células, para outras estruturas celulares, os ribossomas, onde são produzidas proteínas.

O Prémio Nobel da Física de 2023 foi para Anne L’Huillier, Ferenc Krausz e Pierre Agostini pelos seus trabalhos que “abriram a porta ao mundo dos electrões”. E o Nobel da Química distinguiu os cientistas Alexei Ekimov, Louis Brus e Moungi Bawendi pelo seu contributo para a criação dos chamados “pontos quânticos” – partículas minúsculas de semicondutores que podem ser aplicadas em transístores, lasers ou computadores quânticos (sem ocupar muito espaço).

Na terça-feira, serão conhecidos os vencedores do Prémio Nobel da Física de 2024 e na quarta-feira o Comité do Prémio Nobel vai premiar o melhor trabalho na área da química. Seguir-se-ão o Prémio Nobel da Literatura na quinta-feira, o Prémio Nobel da Paz (para o qual está nomeado António Guterres, secretário-geral da ONU) na sexta-feira e o Nobel da Economia na próxima segunda-feira.

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