Artistas portugueses e checos celebram revoluções em exposição

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'Cravos e Veludo. Arte e Revolução em Portugal e na Checoslováquia 1968--1974--1989' dá título a esta mostra que ficará patente até 27 de outubro para dar a conhecer arte portuguesa e de artistas da antiga Checoslováquia, com obras das décadas de 1960 a 1990, bem como um núcleo do século XXI, de artistas portugueses e checos de gerações pós-revolução.

Com curadoria de Adelaide Ginga (Museu de Arte Contemporânea Armando Martins - MACAM, Lisboa) e Sandra Baborovská (Galeria Municipal de Praga) a mostra inclui ainda uma cronologia documental sobre as décadas de 1960 a 1990, com especial atenção aos períodos da Primavera de Praga, Primavera Marcelista, Revolução dos Cravos e Revolução de Veludo.

Aprofundada durante cinco anos, a investigação de ambas as curadoras resultou na primeira exposição com este tema e título na Galeria Municipal de Praga, celebrando os 30 anos da Revolução de Veludo, e reorganiza-se agora, no MNAC, no âmbito dos 50 anos da Revolução dos Cravos, indica uma nota de imprensa do museu.

"Devido ao seu caráter pacífico, ambas as revoluções ficaram associadas a símbolos e designações não bélicas, que inspiraram e deram título a este projeto", explicavam as curadoras num texto sobre a mostra realizada em 2019, em Praga.

Na mostra reorganizada que será agora inaugurada em Lisboa, pela diversidade de obras e de abordagens ao tema, ocupará quase todo o espaço do MNAC, no edifício Wilmotte na Rua Serpa Pinto, restaurado em 1994. Inicia-se no piso 1, passando pela Sala dos Fornos, segue pelo piso 3 e termina na Galeria Millennium bcp, espaço onde se faz a ponte entre a história e o presente artístico, com obras da coleção Millennium bcp e de jovens autores, especifica a nota do museu.

Os anos de 1974 e 1989 marcam as datas das duas revoluções que permitiram de forma pacífica conquistar a liberdade, a Revolução dos Cravos ocorrida em 25 de Abril de 1974, que serviu de inspiração para a Revolução de Veludo na Checoslováquia, a qual teve lugar mais tarde, em 17 de novembro de 1989.

"Apesar de relações históricas esporádicas e de um grande desconhecimento mútuo da cena artística de cada país, Portugal e a Checoslováquia apresentam inúmeras correspondências no período histórico cronológico que se situa entre três datas chave: 1968-1974-1989", conclusão a que chegaram as curadoras em 2014, ano zero deste projeto.

"Como ponto comum de partida está o ano de 1968. A Primavera de Praga e a Primavera Marcelista marcam os primeiros momentos de esperança numa reforma política dos regimes autoritários existentes na Checoslováquia e em Portugal, que resultou gorada, com particular coação em Praga. Os anos de 1974 e 1989 assinalam, respetivamente, as datas das revoluções que permitiram, de forma pacífica, conquistar a liberdade em ambos os países: a Revolução dos Cravos, ocorrida em 25 de Abril de 1974, em Portugal, e a Revolução de Veludo, a 17 de novembro de 1989, na Checoslováquia", recorda o texto do museu.

O projeto expositivo integra uma cronologia comparativa de factos históricos dos dois países, de 1960 aos anos de 1990, ilustrada com fotografias, artigos de jornais, cartazes, livros e outros materiais, evocando ainda o episódio das 50 mil rosas, em que uma delegação de jovens portugueses decidiu deslocar-se a Praga, em dezembro de 1989, para entregar 50.000 rosas aos apoiantes da liberdade e da revolução na Checoslováquia.

O programa educativo complementar vai contemplar visitas orientadas com convidados histórica ou profissionalmente relacionados com a temática e mesas redondas para discussão de várias temáticas abordadas neste projeto, acrescenta o MNAC.

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