Asilo. 'Länder' alemães pedem modelos de transferência para países 3.ºs

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Tal iniciativa surge num momento em que os responsáveis dos 'Länder' alemães afirmam estar "acima dos limites" da sua capacidade em matéria de imigração.

Os chefes de governo dos 16 Estados federados reuniram-se com o chanceler alemão, Olaf Scholz, depois de a ministra do Interior, Nancy Faeser, ter hoje expressado ceticismo em relação a modelos como o britânico -- que "exporta" requerentes de asilo para o Ruanda -- ou o italiano, que os transfere para a Albânia.

"Não existem mudanças para reduzir o número [de requerentes de asilo] a acompanhar os acordos com países terceiros como o do Reino Unido", sustentou Faeser, que definiu essa solução, ou o acordo semelhante da Itália com a Albânia, como "uma pequena pedra na construção" necessária para alterar a situação na Alemanha.

Na sua opinião, a solução para a Alemanha chegará através do sistema europeu de asilo, da solidariedade dentro da Europa e da divisão equitativa de refugiados no território do Velho Continente.

A reunião dos primeiros-ministros dos Estados federados alemães ocorreu numa altura em que o debate público no país se centra na imigração.

Surge também depois de Faeser ter dito, na quarta-feira, que a Alemanha está a negociar com países vizinhos do Afeganistão -- como o Uzbequistão -- para deportar cidadãos afegãos condenados por crimes ou considerados uma ameaça para a segurança do país, para não ter de falar diretamente com os talibãs.

Após a reunião com Scholz, o conservador Boris Rhein, chefe do Governo de Hesse (oeste), e o seu homólogo da Baixa Saxónia, o social-democrata Stephan Weil, admitiram que a questão não está ainda próxima de um consenso ou sequer de uma aproximação de posições.

"Temos dito que temos de ver que modelos podemos avaliar", afirmou Weil em declarações à imprensa, inquirido sobre a ideia de enviar os requerentes de asilo para países terceiros, em relação à qual se manifestou cético.

"Aconselhámos continuar a trabalhar" em questões como essa, disse o social-democrata que, juntamente com Rhein, preside à Conferência de Presidentes dos Estados Federados, um órgão de coordenação territorial.

Para Weil, modelos como o acordado entre o Reino Unido e o Ruanda não constituem uma solução para o "problema estrutural" da imigração.

Mostrou-se, sim, a favor de que haja "países de trânsito para os quais as pessoas queiram ir" enquanto correm os seus processos de pedido de asilo.

Por sua vez, Rhein admitiu que o debate sobre esta matéria foi "intenso".

O que os 'Länder' acordaram foi uma recomendação sobre os polémicos cartões de pagamento para refugiados e requerentes de asilo, que serão carregados com um limite máximo de 50 euros por mês.

"Este é um debate que se arrasta há décadas e que hoje demos por concluído. O cartão estará operacional a partir deste verão", declarou Rhein, classificando o acordo como um "grande passo".

Segundo Weil, três dos Estados federados, cujos nomes não especificou, não darão esse passo, porque a aplicação da medida lhes traria problemas.

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