Assessores de campanha de Biden enviaram lista de perguntas a jornalistas

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Dois apresentadores de rádio que entrevistaram o presidente norte-americano, na semana passada, disseram que os assessores de campanha de Biden lhes forneceram listas de perguntas antes de realizarem as entrevistas.

As entrevistas aconteceram em programas de rádio nos estados de Wisconsin e Pensilvânia, críticos para a eleição presidencial, e foram as primeiras após o debate de Biden no frente a frente com o rival Donald Trump, a 27 de junho, que tem gerado polémica e dúvidas quanto às suas capacidades para se manter na corrida à Casa Branca.

Earl Ingram, um proeminente jornalista da CivicMedia no Wisconsin, contou à ABC News que os assessores de Biden lhe deram uma lista de cinco perguntas antes da entrevista, das quais fez quatro. Além de Ingram, outra emissora que entrevistou Biden, confirmou à CNN que também lhe foi enviada uma lista de perguntas para a entrevista.

"Não condicionamos as entrevistas à aceitação destas perguntas. Os entrevistadores são sempre livres para fazer as perguntas que acham que melhor informarão os seus ouvintes", disseram responsáveis da campanha de Biden questionados, entretanto, pela ABC News.

Também Ingram disse à ABC que não viu nada necessariamente errado nem se sentiu condicionado.

"Acho que pensar que teria a oportunidade de fazer qualquer pergunta ao presidente dos Estados Unidos é um pouco mais do que qualquer um deveria esperar", disse.

Na CNN, Andrea Lawful-Sanders, apresentadora do programa The Source, da WURD Radio, disse que os assessores de Biden lhe passaram uma lista de oito perguntas antes da entrevista e que ela as aprovou.

A porta-voz da campanha de Biden, Lauren Hitt, enfatizou que Lawful-Sanders era "livre" para fazer quaisquer perguntas que achasse adequadas e não fez da aceitação das perguntas um pré-requisito para as entrevistas acontecerem.

Além disso, afirmou, é prática comum sugerir perguntas e destacou que foram os assessores de campanha quem enviou as perguntas e não a Casa Branca, como alguns afirmaram.

A equipa de campanha de Biden recusa ter condicionado as entrevistas e esclarece que eram apenas sugestões.

Esta situação adensa as críticas a que o candidato democrata está a ser sujeito, depois da má prestação no debate com Donald Trump. O grupo de congressistas e senadores democratas têm reuniões de emergência planeadas para os próximos dias para manter pressão sobre Joe Biden.

Recorde-se debate de 27 de junho expôs fragilidades físicas e mentais do chefe de Estado norte-americano, de 81 anos, o que levou vários membros do Partido Democrata a equacionar uma mudança de candidato às eleições presidenciais deste ano.

C/Lusa

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