Associação de imprensa senegalesa alerta para "grave crise no setor"

2 meses atrás 54

Dois dos jornais diários desportivos mais lidos do país, Stades e Sunu Lamb, suspenderam a sua publicação após mais de 20 anos de presença nos meios de comunicação senegaleses devido a dificuldades económicas, anunciaram os seus editores no passado fim de semana.

Outros meios de comunicação social deverão seguir o mesmo caminho, segundo um comunicado da Coordenação das Associações de Imprensa (CAP), que fala em "uma crise grave no setor".

A CAP, que afirma estar "muito preocupada com a situação muito difícil" em que se encontra o setor, denuncia as múltiplas formas de pressão exercidas pelas novas autoridades sobre as empresas de comunicação social: inspeções fiscais, notificações para pagamento de direitos de autor, rescisão e suspensão de pagamentos de acordos comerciais por parte de organismos públicos.

O setor da comunicação social no Senegal enfrenta há muito tempo dificuldades económicas, com os intervenientes a queixarem-se de condições de trabalho precárias.

As novas autoridades "encontraram certamente o setor na agonia da morte, tendo o processo de reforma sido deliberadamente truncado pelos antigos detentores do poder, mas é preciso dizer que o novo regime não iniciou nem consultas nem ações concertadas para relançar a normalização deste setor tão vital para a democracia", sublinha a CAP.

No final de junho, o primeiro-ministro, Ousmane Sonko, condenou o desvio de fundos públicos por parte de alguns proprietários de meios de comunicação social e avisou também a imprensa que, em nome da chamada liberdade de imprensa, escrevem o que quiserem sobre indivíduos, sem qualquer fonte fiável.

Estes comentários foram considerados pelos profissionais como uma ameaça para a imprensa.

Desde 2021, o Senegal passou do 49.º para o 94.º lugar no índice mundial de liberdade de imprensa da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

No início de junho, os RSF instaram o novo Governo a agir em prol da liberdade de imprensa, após três anos de agressões e detenções de jornalistas e de suspensão de órgãos de comunicação social durante o mandato do Presidente Macky Sall.

Leia Também: Senegal chama embaixador da Ucrânia após publicação sobre o Mali

Ler artigo completo