Ataque contra Houthis provoca aumento inesperado do preço do petróleo

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Ataque dos Estados Unidos e Reino Unido pode abrir uma nova frente de guerra. Irão e Rússia estão na linha da frente do confronto, que tem tudo para alastrar.

Os bombardeamentos dos Estados Unidos e do Reino Unido contra posições dos Houthis no Iémen – que se deu como resposts aos ataques daquele grupo patrocinado pelo Irão aos barcos que circulam no Mar Vermelho em direção ao Canal do Suez – estão a causar fortes movimentos nos mercados de petróleo.

O petróleo brent, referência para a Europa, está prestes a atingir os 80 dólares por barril, níveis que não é ultrapassado desde o final de 2023. O petróleo oeste do Texas, referência nos Estados Unidos, já subiu quase 3% e ultrapassa neste momento os 74 dólares por barril. A OPEP, que se tem mostrado interessada em manter os preços em alta, ‘agradece’ esta ajuda inesperada.

Depois de várias escaramuças – com a presença esporádica de um navio de guerra iraniano –esta quinta-feira a área em perigo foi estendida para o Mar de Omã, como seria de esperar, ligado ao Estreito de Ormuz. um ponto de estrangulamento pelo qual milhões de barris de petróleo passam todos os dias. A expectativa antecipada pelos analistas é agora que o Irão transforme o trânsito de petróleo bruto na área num inferno, se os Estados Unidos e o Reino Unido continuarem os ataques contra os Houthis.

Também esta quinta-feira, as forças iranianas confirmaram a apreensão de um petroleiro norte-americano nas águas do Mar de Omã, uma ação que aumentou as tensões entre Estados Unidos e Irão após vários confrontos entre rebeldes Houthis e a Marinha norte-americana no Mar Vermelho. “A Marinha da República Islâmica do Irão anunciou a apreensão de um petroleiro dos Estados nas águas do Mar de Omã por ordem judicial”, disse fonte da Marinha iraniana em comunicado citado pela imprensa internacional.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, também denunciou os ataques: em comunicado esta sexta-feira, Kanaani descreveu os ataques ao Iémen como uma clara violação da soberania e integridade territorial do país árabe e uma “violação flagrante do Direito e dos regulamentos internacionais”.

O Irão afirma que os ataques militares são realizados em linha e com o total apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido aos crimes de guerra do regime sionista [israelita] contra o inocente povo palestiniano que está sob cerco total na Faixa de Gaza, refere o comunicado. O texto alerta para que os ataques arbitrários vão “alimentar a insegurança e a instabilidade na região” e expressa preocupação com as consequências da repetição dos ataques.

Kanaani pediu à comunidade internacional que tome medidas responsáveis para evitar a propagação da guerra, a instabilidade e a insegurança na região.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, confirmaram os ataques, com Biden a afirmar que Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos também apoiaram os ataques.

“As forças militares dos Estados Unidos, juntamente com o Reino Unido e com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos, realizaram com sucesso ataques a vários alvos no Iémen usados por rebeldes Houthis que colocaram em risco a liberdade de navegação numa das vias navegáveis mais importantes do mundo”, disse Biden, de acordo com um comunicado da Casa Branca. O presidente disse ainda que as ações dos insurgentes “são sem precedentes”, uma vez que os rebeldes estão a usar mísseis balísticos antinavio que colocaram em risco militares e civis.

Por seu lado, , o governo russo criticou esta sexta-feira os bombardeamentos realizados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra o Iémen e disse que são “mais um exemplo” da “distorção das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas” com o objetivo de “intensificar a insegurança na região”.

O objetivo destes países é “escalar a situação na região em benefício dos seus objetivos de destruição”.

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