Israel intensificou na quinta-feira os ataques contra a capital libanesa, Beirute, atingindo vários alvos ligados ao Hezbollah, incluindo a sede dos serviços de informações do movimento, ao mesmo tempo que alarga a sua ofensiva terrestre no sul do país.
Pelo menos nove pessoas morreram nos ataques israelitas contra Beirute durante a madrugada. Já durante o dia de quinta-feira foram ouvidas várias explosões fortes no subúrbio de Dahiye, um bastião do Hezbollah, e no bairro de Bachoura, a escassas centenas de metros do parlamento libanês. As forças israelitas ordenaram ainda a evacuação imediata de mais aldeias no sul do Líbano, incluindo a capital provincial, Nabatieh, sugerindo que pode estar iminente um alargamento da operação terrestre.
Também na quinta-feira, dois militares libaneses foram mortos em dois ataques separados no sul do Líbano, levando as forças governamentais a ripostar pela primeira vez contra as tropas israelitas, e as autoridades revelaram que pelos menos 28 médicos e enfermeiros foram mortos em ataques israelitas nas últimas 24 horas. Já Israel disse ter eliminado Khader Shahabiya, o comandante do Hezbollah alegadamente responsável por um ataque com rockets que matou 12 crianças que jogavam à bola nos Montes Golã, em julho.Entretanto, o Presidente norte-americano Joe Biden admitiu esta quinta-feira que os EUA e Israel “estão a discutir” um possível ataque contra as instalações petrolíferas iranianas como retaliação pelo ataque com mísseis do Irão contra Israel, na terça-feira. O regime de Teerão já avisou que qualquer país que apoiar um eventual ataque israelita “passará a ser considerado um alvo”.
MARCELO APELA A ISRAELO Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu a Israel para que “reconsidere” a decisão “desproporcionada” de considerar o secretário-geral da ONU, António Guterres, como ‘persona non grata’. Israel justificou a decisão com o facto de Guterres não ter “condenado de forma inequívoca” o ataque do Irão.IRÃO CONDENA “PARCIALIDADE”O Irão criticou na quinta-feira a “irresponsabilidade e falta de parcialidade” do G7, que na véspera manifestou a sua “forte preocupação” com a escalada do conflito. O regime de Teerão lembrou que “alguns países do G7, nomeadamente os EUA, têm responsabilidade direta no aumento da insegurança e instabilidade” na região.
Israel mata militante que linchou soldados
Um militante do Hamas envolvido no linchamento de dois militares israelitas na Cisjordânia foi ontem morto num ataque aéreo em Gaza. O linchamento, em 2000, causou forte revolta em Israel. Os dois soldados tinham sido levados pela polícia palestiniana para uma esquadra em Ramallah, mas uma multidão furiosa invadiu o edifício e espancou-os até à morte. Abdel-Aziz Salha foi um dos agressores e ficou célebre uma foto dele a mostrar as mãos ensanguentadas à janela da esquadra. Foi detido e condenado a prisão perpétua no ano seguinte, mas acabou por ser libertado em 2011 no âmbito de uma troca de prisioneiros.
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