Atentado em Solinger. Berlim endurece regras de porte de armas e deportação de imigrantes

1 mes atrás 55

O atentado com arma branca em Solingen fez três mortos e vários feridos na semana passada. Foi reivindicado pelo grupo extremista Estado islâmico. O seu autor, um imigrante oriundo da Síria, acabou por se entregar à polícia, dizendo que queria "matar cristãos".

Os três partidos da coligação que apoia o chanceler Olaf Scholz, os social-democratas, os verdes e os liberais, ficaram sob pressão, nas vésperas de duas eleições regionais marcadas para o próximo domingo no leste da Alemana, nas quais o partido Alternativa para a Alemanha, anti-imigração, é favorito.

O porte de armas brancas ficou assim proibido, nomeadamente em feiras e festas populares, ou nos transportes de longa distância, sejam comboios ou autocarros, anunciou esta quinta-feira a ministra Nancy Faeser em declarações aos jornalistas em Berlim, ao lado do ministro da Justiça, Marco Buschmann.

Os estados federais terão poderes para fazer aplicar a mesma proibição em zonas com elevada criminalidade, acrescentou.

Também os apoios aos solicitadores de asilo que tenham entrado na Europa por outro Estado-membro antes de seguirem para a Alemanha, vão ser suspensos.

Prevenção e deportação

Outras medidas de política de imigração incluem o reforço dos critérios de deportação de pessoas que cometeram atos de violência com facas.

"Trabalhamos para chegar rapidamente à possibilidade de expulsar criminosos perigosos, para o Afeganistão e a Síria", acrescentou a ministra responsável pela Administração Interna alemã. Algo que não está a acontecer neste momento devido à ausência de relações diplomáticas com esses países.

As autoridades vão receber ainda "poderes extra" para promover a "luta contra o islamismo", explicou Faeser.

Assim, a polícia poderá, por exemplo, utilizar `software` de Inteligência Artificial (IA) para facilitar a procura de suspeitos nas redes sociais com base em dados biométricos.

Será também criado um grupo de trabalho para a prevenção do islamismo radical, que se concentrará, entre outras coisas, na radicalização de intervenientes isolados através da Internet.

Na área da política migratória, as medidas incidirão em agilizar as deportações de requerentes de asilo que já tinham registado pedidos noutros países europeus, como alegadamente ocorreu no caso do atacante em Solingen.

No caso do atacante de Solinger, o ministro da Justiça apontou falhas a corrigir.

"Os requisitos legais foram cumpridos e a deportação foi preparada", frisou, explicando que neste caso a deportação falhou porque o homem não foi encontrado e, depois de expirados os prazos, a Alemanha tornou-se legalmente responsável por "mantê-lo e acomodá-lo".

Por este motivo, será criado um grupo de trabalho que tentará facilitar estes processos.

"Temos de deportar mais rapidamente e deportar de forma mais eficaz", destacou o ministro da Justiça, salientando que existam "dezenas de milhares" de deportações legalmente possíveis que falham todos os anos porque o indivíduo em questão não pode ser localizado..


com Lusa
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