Atividade na zona euro recupera à boleia de países do Sul

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Os PMI para a zona euro voltaram a subir e aproximam-se de leituras correspondentes a crescimento da atividade, impulsionados por Espanha e Itália, que têm compensado as fragilidades e dificuldades alemãs.

A atividade na zona euro continua a recuperar, aproximando-se de uma situação de crescimento à boleia do Sul do continente, frequentemente visto como um peso para a economia da moeda única. Os serviços impulsionam a atividade como um todo, enquanto os problemas na indústria se mantêm.

O índice de gestores de compras (PMI) para a zona euro subiu até 49,9 em março, ficando muito próximo do ponto de inflexão entre recessão e expansão, ou seja, 50 pontos. O sector dos serviços manteve-se acima deste limite, crescendo de 50,2 para 51,1, enquanto a indústria voltou a deteriorar-se, caindo de 46,5 para 45,7.

Apesar dos números fracos do lado da indústria, há aspetos positivos a destacar. O ritmo de queda nas novas encomendas abrandou, tal como os entupimentos na cadeia, o que sinaliza que “a descida nos indicadores de projeção está a inverter-se, mesmo que ainda não tenhamos visto uma série de aumentos sustentados reais nos fluxos de trabalho das empresas”, considera a Pantheon Macro.

O emprego voltou a crescer, estimulado pelo sector terciário, ao passo que os custos têm sofrido menor pressão, mas bastante heterogénea (enquanto os preços dos inputs na indústria estão a estabilizar, a tendência de subida nos serviços ainda é forte).

Olhando por país, os dados provisórios divulgados relativos apenas a Alemanha e França deixavam antever um PMI composto para a zona euro mais fraco, o que leva a concluir que foram as economias espanhola e italiana a impulsionar este resultado. Ao contrário do cenário histórico, o sul da Europa está assim a mostrar uma vitalidade superior ao centro do continente.

“O resto da zona euro reportou coletivamente um crescimento pelo terceiro mês consecutivo, com o ritmo de expansão a atingir máximos de onze meses. Um segundo mês de ganhos marginais na produção industrial foi acompanhado pelo crescimento mais rápido dos serviços desde maio”, lê-se na nota da S&P, instituição responsável por estes inquéritos privados.

No que respeita à política monetária europeia, estes dados devem dar ainda mais motivos aos ‘falcões’ do Banco Central Europeu (BCE) para não cortar taxas em breve, dada a força demonstrada pela atividade no bloco euro.

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