Pelas 10h25 horas em Lisboa, cinco horas antes do início da Assembleia Geral, ativistas da Greenpeace colocaram num edifício a algumas centenas de metros da sede do grupo petrolífero uma faixa com a imagem de Patrick Pouyanné, presidente-executivo da TotalEnergies, e a frase "procurado pela sociedade civil".
A polícia está em força no bairro empresarial e financeiro de La Défense, onde a quarta maior empresa petrolífera do mundo e a maior de França em termos de lucros, que celebra este ano o seu centenário, vai realizar a sua Assembleia Geral anual.
Junto à entrada do edifício a polícia instalou vedações metálicas.
A TotalEnergies, que tem atividade em Moçambique, informou que escolheu o seu edifício, uma torre de 48 andares, em vez de um outro local em Paris, para evitar "paralisar um bairro de Paris" - como aconteceu durante a tumultuosa Assembleia Geral de 2023, que foi marcada por confrontos entre manifestantes e a polícia.
Um ano depois, a pressão não diminuiu. Nas ruas e nos tribunais, o grupo continua debaixo de fogo, com os defensores contra as alterações climáticas a acusarem-no de agravar o aquecimento global e de prejudicar a biodiversidade e os Direitos Humanos através das suas atividades petrolíferas e na área do gás.
"Denunciamos a estratégia de expansão da TotalEnergies, que continua a ser orientada para o desenvolvimento de combustíveis fósseis, apesar da sua retórica ecológica", disse à AFP Edina Ifticene, responsável pela luta contra a energia fóssil da Greenpeace.
Este argumento foi partilhado por mais de 300 cientistas, incluindo peritos nomeados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que assinaram um artigo de opinião no Le Monde descrevendo a estratégia da TotalEnergies como "climaticamente destrutiva".
Várias organizações apelaram à precipitação no protesto contra a petrolífera, nomeadamente, o movimento Extinction Rebellion, que exige que os projetos emblemáticos no Uganda/Tanzânia, em Moçambique e na Papua Nova Guiné sejam "abandonados" e, tal como recomendado pela Agência Internacional de Energia, que "todo o investimento em novos projetos de combustíveis fósseis seja interrompido".
São esperados entre "300 e 600" manifestantes, segundo uma fonte policial.
Perante o "risco" de desordem pública, o presidente da Câmara de Paris proibiu as manifestações que não sejam legais nas imediações do Tour Coupole, a sede da TotalEnergies.
Na ordem de trabalhos da Assembleia Geral, consta a votação da estratégia climática da TotalEnergies, sendo que alguns investidores pedem uma transição energética mais ambiciosa.
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