Como já vem sendo habitual, o Juízo Final, da Sport TV+, divulgou os lances e áudios que maior dificuldade de interpretação causaram às equipas de arbitragem e respetivas equipas de VAR e AVAR. Num programa que contou com a análise de João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, fica a nota dos três momento de maior incerteza quanto às decisões tomadas. Lance entre Simon Banza e Aderllan, no Rio Ave - SC Braga. Jornada 25 da Liga Betclic VAR: Fábio, daqui VAR, recomendo-te que venhas à zona de revisão para analisar um fora de jogo por interferência. Árbitro: Onde? VAR: Na fase de ataque. Vou mostrar-te a jogada. Árbitro: Bora. VAR: O jogador está fora de jogo interfere aqui com o... Árbitro: Com o Aderllan, já vi. VAR: Ele impede o Aderllan de disputar a bola... Árbitro: Há contacto físico. VAR: Fábio, vais ter de comunicar. Comentário de João Ferreira: «O VAR detetou este posicionamento de fora de jogo, mas requer aqui interpretação. Se aquele jogador joga a bola não é uma questão de interpretação, mas aqui não. Temos de explicar o que é o impacto. A lei fala até em claro impacto. Eu, enquanto jogador, tenho de fazer uma ação que impeça o adversário de jogar a bola. Não há um claro impacto que justifique. Chamar e haver uma intervenção... não concordamos com esta intervenção e achamos que não devia ter acontecido.» Lance entre Mangala e Marcos Leonardo no Benfica - Estoril Praia. Jornada 25 da Liga Betclic VAR: Manuel, daqui VAR, peço-te que venhas à zona de revisão para analisar um possível penálti. Árbitro: Um possível penálti? Diz lá, Luís. VAR: O jogador do Estoril a tentar defender a bola acerta no avançado de sola. Árbitro: Mais devagar, Luís. Mais devagar. Ele chuta, mas é ele que lhe dá. Isto para mim não é penálti. Até é ele que vira a chuteira. VAR: Tu é que sabes, Manuel. Ele vai de pé feito. Árbitro: Para mim, tudo normal. Mete mais um bocadinho para trás. O Mangala, é o 22, não é? Para mim isto é um choque normal. Comentário de João Ferreira: «Este foi o primeiro jogo neste estádio que tivemos um anúncio público. Para que haja uma explicação pública, tem de dizer quem está envolvido na jogada. O jogador do Estoril vai de pé em riste, não joga a bola. O VAR chamou bem para um possível penálti. Foi anunciado que se manteve a decisão inicial. Na nossa opinião, a decisão final foi errada. O jogador atinge e é negligente. Ficou por marcar um penálti e um cartão amarelo ao jogador do Estoril.» Lance entre Mangala e Francisco Conceição, no Estoril Praia - FC Porto. Jornada 27 da Liga Betclic VAR: António? Árbitro: Sim. VAR: Daqui VAR, sugiro que venhas à zona de revisão para o cancelamento do penálti. Anda para trás. O defesa vai sempre na mesma direção. E o atacante vai e choca com ele. O defesa não faz nada para derrubar o atacante. Árbitro: Então o gajo não o derruba, Tiago? Olha aqui nas costas. VAR: António, a decisão é tua. Árbitro: Sim, sim. Tens outro ângulo? Vamos ver outro ângulo. Outra vez. Isso. VAR: Se reparares nas pernas, até é o atacante que choca... Árbitro: A perna esquerda... VAR: O atacante é que toca.. Árbitro: Ok, ok. VAR: E não há braço. Não há nenhum agarrão. Árbitro: Esta é boa. Não há infração, nem simulação. Vai ser bola ao solo. VAR: Vou mostrar-te outra vez os curtos para tu veres como é o atacante que choca. Árbitro: Certo, o 22 não comete infração. Comentário de João Ferreira: «O lance é complexo. O VAR é para erros claros e óbvios. Este não nos parece um erro claro e óbvio. Achamos que a intervenção do VAR foi excessiva. A junção dos dois contactos suporta uma decisão tomada em campo. O VAR deveria ter visto isto nesta perspetiva. A melhor decisão seria não marcar penálti. Mas a partir do momento em que assinala penálti, tem de haver elementos que suportem essa decisão. Factos são muito ténues para haver uma intervenção do VAR»Os lances de maior dúvida