Aumentar produtividade das pequenas empresa representa 4,4% do PIB português

2 meses atrás 44

Empresas mais pequenas “apresentam 66% da produtividade das grandes empresas, ultrapassando as outras economias avançadas, cuja média é de 60%”. McKinsey indica que esta percentagem se deve ao “fraco desempenho de algumas grandes empresas”.

As pequenas e médias empresas (chamadas de PME), a par com as micro empresas, são as que mais constituem o tecido empresarial nacional. No entanto, estas empresas apenas conseguem atingir metade da média de produtividade das grandes, o que constitui uma preocupação para o ecossistema.

Um estudo da McKinsey Global Institute evidencia que a redução da diferença da produtividade equivale a 4,4% do PIB português, além de que permitira outras vantagens para as mesmas, como “aumentar a capacidade de resiliência” e ainda permitir-lhes “potenciar a sua produtividade e fomentar o emprego e o crescimento da economia no seu todo”.

Dados apresentados no relatório “A microscope on small businesses: Spotting opportunities to boost productivity” evidenciam o facto das micro e PME serem responsáveis por perto de metade do PIB mundial. Mas, analisando a variável da produtividade, “os resultados variam significativamente entre as diferentes economias”. 

Ora, em território nacional, estas empresas mais pequenas “apresentam 66% da produtividade das grandes empresas, ultrapassando as outras economias avançadas, cuja média é de 60%”. Mas o mesmo estudo indica que esta percentagem se deve ao “fraco desempenho de algumas grandes empresas”, apesar do panorama ser muito “micro-centrado, com quase dois quintos do emprego em micro, pequenas e médias empresas, em comparação com menos de dois terços noutras economias avançadas”.

E quais os sectores que mais beneficiariam com a redução da diferença de produtividade? A McKinsey destaca o sector do comércio, em mais de 30%, a indústria transformadores e serviços administrativos entre 20% e 30%, nos quais estão incluídos “subsectores como da gestão administrativa, comércio grossista, comércio a retalho, alojamento e fabrico de produtos de papel, borracha e plásticos”.

Na totalidade, este valor representa 5% do PIB das economias avançadas e 10% nas economias avançadas.

“Acelerar o crescimento da produtividade sempre foi a forma adequada de garantir prosperidade a longo prazo e as micro, pequenas e médias empresas desempenham um papel crucial, especialmente quando começamos a assistir a uma reconfiguração dos padrões de comércio global”, afirma Olivia White, sócia sénior da McKinsey e Diretora do McKinsey Global Institute, citada em comunicado.

Olhando novamente para o sector português, a McKinsey sustenta que um quarto do valor acrescentado das pequenas empresas tem origem em subsectores em que estas empresas já têm um desempenho superior em comparação com as grandes empresas”.

Assim sendo, uma das conclusões é que a produtividade das grandes empresas evolui “em paralelo com a das pequenas empresas nos subsectores de atividades, o que contribui para a redução da diferença entre companhias de diferentes dimensões”

Principais conclusões da McKinsey:

Micro, pequenas e médias empresas formam a espinha dorsal das economias. Nos 16 países examinados, estas empresas representam dois terços do emprego empresarial nas economias avançadas (quase quatro quintos nas economias emergentes), além de metade de todo o valor gerado. Impulsionam o dinamismo e irão desempenhar um papel importante na preservação da competitividade numa era de transformação a produção global. Aumentar a produtividade em relação às grandes empresas poderia gerar um valor significativo. Produtividade das pequenas empresas é apenas metade quando comparada com as grandes empresas, e menos ainda nas economias emergentes. Aumentar a sua produtividade para níveis do quartil superior em relação às grandes empresas equivale a 5% do PIB nas economias avançadas e a 10% nas economias emergentes. Alcançar este valor requer uma visão mais pormenorizada. A produtividade relativa das micro, pequenas e médias empresas e das grandes empresas varia de acordo com o subsector de atividade e país onde operam. Por exemplo, em praticamente todos os países, oito dos 24 subsectores representam mais de 60% da diferença de produtividade na indústria transformadora, mas os restantes variam de país para país. Tecido económico assente na relação win-win pode melhorar a produtividade tanto das micro, pequenas e médias empresas como das grandes. A produtividade das mais pequenas e das grandes empresas evolui em paralelo na maioria dos subsectores, o que indica a existência de influências mútuas se forem criadas as condições adequadas. Todas as partes interessadas têm um papel a desempenhar no desenvolvimento de estratégias mais pormenorizadas de produtividade. Nos subsectores em que tanto as pequenas como as grandes empresas estão atrasadas, a melhoria de infraestruturas e das políticas podem visar ambas em conjunto. Nos casos em que as mais pequenas têm maiores dificuldades, mas onde se verifica um desempenho superior das empresas de maiores dimensões, a criação de redes de colaboração entre elas irá ajudar. Mesmo nos casos em que tanto as grandes como as pequenas empresas têm bons resultados, o reforço das suas interações pode aumentar a produtividade.
Ler artigo completo