Australianos com financiamento de quase 60 ME para mina moçambicana de grafite

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A empresa mineira australiana Syrah anunciou hoje que assegurou um financiamento de 64,73 milhões de dólares (59,2 milhões de euros), nomeadamente para as operações da mina de grafite em Balama, norte de Moçambique.

Numa informação aos investidores, a Syrah refere que a operação consiste na colocação de uma oferta de direitos para financiar igualmente o projeto Vidalia, com sede nos Estados Unidos da América.

A empresa explica que o maior acionista e principal fundo de pensão australiano, AustralianSuper, concordou com a conversão de títulos emitidos em junho de 2019 e dezembro de 2023 em novas ações da mineira.

A Syrah produziu em abril de 2023 15 mil toneladas de grafite para baterias de carros elétricos, que exporta de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, tendo interrompido no mês seguinte a produção devido aos `stocks` internacionais.

A produção da mineira australiana em Cabo Delgado tinha subido para 41 mil toneladas de grafite natural no primeiro trimestre deste ano, face a 35 mil toneladas no trimestre anterior, acima das vendas, que subiram de 28 para 30 mil toneladas.

A firma australiana está também a construir a Vidalia, uma fábrica de material para baterias, nos Estados Unidos da América, que será alimentada com minério moçambicano, neste caso com duas toneladas enviadas em abril de 2023.

"Os recursos da captação de capital" desta operação serão utilizados no âmbito do financiamento norte-americano à operação da Syrah, nomeadamente de apoio à aceleração e progresso do projeto Vidalia.

A Syrah anunciou em setembro que prevê receber um financiamento norte-americano de 150 milhões de dólares (137 milhões de euros) para a subsidiária Twigg, que opera a mina moçambicana de grafite de Balama, em Cabo Delgado.

Numa informação aos mercados, a Syrah explicou na altura que a conclusão da operação de financiamento a 13 anos - através da DFC, agência de financiamento e desenvolvimento do Governo dos Estados Unidos da América - permitirá custear os requisitos de capital das operações locais de grafite, uma das maiores reservas mundiais daquela matéria-prima, utilizada em baterias de carros elétricos.

A operação possibilitará, inclusive, "estudos de viabilidade para o desenvolvimento do recurso de vanádio de Balama" e a "expansão atual e futura da instalação de armazenamento", servindo ainda à "sustentação das operações de Balama".

"O empréstimo proposto pela DFC para Balama está alinhado com o compromisso da DFC de promover acordos e parcerias comerciais e de investimento entre os EUA e a África", explica a Syrah.

Uma nota emitida pela Casa Branca, consultada pela Lusa, refere que o financiamento visa garantir a implementação de cadeias de fornecimento em Moçambique, mais concretamente "financiar investimentos na operação de mineração e processamento de grafite da empresa em Balama".

"Enquanto se aguarda a notificação do Congresso, este investimento aumentará a produção e diversificará a cadeia de abastecimento global de grafite, que é um mineral crítico para uma gama de produtos de energia limpa e tecnologia avançada. O apoio da DFC também conduzirá à criação de emprego e ao investimento em infraestruturas locais, garantindo simultaneamente elevados padrões ambientais e sociais que são essenciais para uma mineração responsável", lê-se na declaração do Governo norte-americano.

A nota recorda que na recente Cimeira do G20 de 2023, em Nova Deli, Índia, o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reuniram um grupo de líderes para "acelerar os investimentos para dimensionar projetos de infraestruturas de alta qualidade e o desenvolvimento de corredores económicos através da Parceria para Infraestruturas e Investimento Globais".

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