Autarca português em França: “Marine Le Pen aproveita-se da situação das pessoas que não estão contentes"

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Europeias em França

04 jun, 2024 - 13:24 • Pedro Mesquita

Com a popularidade do presidente francês em queda, o Renaissance, de Emmanuel Macron, procura limitar os danos, a 9 de junho, para projetar o futuro. As sondagens apontam para uma vitória clara da extrema-direita, em França, com mais de 30%. Na luta pelo segundo lugar, e metade das intenções de voto surgem, lado a lado, os socialistas e o partido de Macron.

Reportagem de Pedro Mesquita em França, no âmbito das Europeias
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O médico Paulo da Silva Moreira é presidente da Camara de Treigny, a sul de Paris. Este português é apoiante de Macron desde a primeira hora, e reconhece em entrevista à Renascença que o momento é difícil:

“Macron vai perder, mas não haverá uma maioria de certeza. Marine Le Pen aproveita-se da situação das pessoas que não estão contentes com o regime porque, claro, os últimos anos foram muito difíceis. Foi a crise do Covid, é a guerra da Ucrânia, a subida dos preços, a dívida externa e as reformas também não foram bem aceites. E assim, pouco a pouco, as pessoas vão detestando Macron”.

E também não será fácil para o Renaissance garantir o segundo lugar nestas Europeias, explica Paulo da Silva Moreira. É que o candidato socialista - Raphaël Glucksmann - goza de alguma popularidade. O resultado ainda é muito incerto:

“Não sabemos muito bem como é que os eleitores de esquerda, que votaram antes em Macron, se vão comportar. O candidato Raphaël Glucksmann, do Partido Socialista, tem apoiantes. Há muitas pessoas à minha a minha volta que pensam votar nele. Acho que ele deve fazer um bom score. Mas os centristas e a direita talvez votem mais no Renaissance”, considera.

Só no dia 9 se saberá…e será também depois de se conhecerem os resultados das Europeias, em França, que o partido de Macron começará a olhar para o futuro, a desenhar a melhor estratégia para fazer renascer a força do Renaissance, já a pensar nas presidenciais.

E quem estará em melhor posição para travar Marine Le Pen, em 2027? Quem sabe o atual primeiro-ministro Gabriel Attal, hoje com 35 anos. É hipótese admitida por Paulo da Silva Moreira:

"O futuro da Renaissance vai depender daquilo que for decidido depois das eleições. Há várias possibilidades, mas por enquanto não se não se destaca uma pessoa que tenha uma personalidade suficientemente conhecida para enfrentar Marine Le Pen nas presidenciais. Talvez o primeiro-ministro atual tenha possibilidades porque é jovem e tem uma experiência curta, mas intensa. Talvez. Ele é bastante apreciado pela população francesa".

É assunto para começar a pensar, na próxima semana, quando forem conhecidos os resultados das Eleições Europeias, em França.

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