Autarcas do Porto e de Viana defendem criação de carreira interregional entre as duas cidades

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O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e o seu homólogo de Viana do Castelo, Luís Nobre, reuniram esta segunda-feira e, no final, em declarações aos jornalistas, defenderam a criação de uma carreira interregional entre as duas cidades. Os dois autarcas vão “pressionar” a Área Metropolitana do Porto e a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, entidades a quem cabe contratualizar e criar o perfil do novo serviço.

A proposta surge após vários utentes da ligação da rede “expresso” entre Viana do Castelo e o Porto se terem queixado que o custo mensal da deslocação subiu de 88 euros para 171,60 euros no início do ano. Acresce a este valor mais 30 ou 40 euros pelo andante no Porto.

“O que os utentes gostariam era que houvesse um apoio [municipal] ao transporte numa rede expresso. Essa hipótese está vedada aos municípios. É ilegal e não se coloca”, começou por esclarecer Rui Moreira, para quem o caminho é “encontrar forma de lançar um serviço interregional”, à semelhança do acordo que permitiu manter ativa a ligação de autocarro entre Porto e Braga.

Luís Nobre e Rui Moreira, presidentes das Câmaras Municipais de Viana do Castelo e Porto

Miguel Nogueira / CM Porto

Para o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, “é urgente encontrar uma solução” que “mitigue as dificuldades que os utentes identificam”.

Na opinião de Luís Nobre, “a resposta terá sempre de passar pela rede interregional”, sugerindo a criação de uma carreira entre as duas cidades. No entanto, lembrou o autarca, “não podem ser os municípios do Porto e de Viana do Castelo” a dar luz verde para que uma nova solução de mobilidade avance. “A responsabilidade é da Área Metropolitana do Porto e da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho”, realçou o edil.

“É preciso que a CIM do Alto Minho e que a Área Metropolitana se envolvam nisto”, corroborou Rui Moreira, uma vez que um novo serviço interregional entre as duas cidades tem de ser contratualizado entre as duas entidades.

“Não se está a pedir que a AEP pague nada”

“Se houver boa vontade, muito rapidamente criam o perfil de um novo serviço interregional”, assegurou o presidente da Câmara Municipal do Porto.

Além disso, salientou Rui Moreira, “não se está a pedir que a AMP pague nada”. “O município do Porto pagará a sua parte e Viana também. Só precisamos de uma coisa: que não compliquem”, atirou.

O presidente da Câmara do Porto acredita que a concorrência de um novo serviço público interregional fará com que o custo da viagem na rede “expresso” também baixe. “O sector privado, se começar a perder passageiros, ou retira autocarros ou vai baixar os preços. Ao aumentar a oferta pública, o sector privado vai ajustar-se para nos fazer concorrência, o que é normal”, concluiu Rui Moreira.

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