A Volkswagen vai lançar em 2027 o seu elétrico mais barato e a Autoeuropa é uma das três fábricas do grupo que pode receber a produção.
O elétrico mais barato da Volkswagen, previsto para 2027, está a ganhar forma e já se discute no grupo alemão o local da sua produção e a «nossa» Autoeuropa é uma das possibilidades.
A notícia foi avançada pela revista alemã Der Spiegel que cita fontes próximas do processo. Além da Autoeuropa em Portugal, estão na corrida as fábricas de Poznan, na Polónia, e a de Mladá Boleslav, na República Checa, pertencente à Skoda.
Outras opções, como as fábricas alemãs, foram colocadas de parte devido aos custos elevados de produção. Este processo de atribuição de fábricas, avança a revista, é feito pelo Grupo Volkswagen todos os anos, num horizonte a cinco anos.
© Volkswagen O futuro modelo — equivalente ao Up — já foi antecipado pela Volkswagen.Foi em processo idêntico que se decidiu entregar às fábricas espanholas do grupo a produção dos elétricos CUPRA Raval e Volkswagen ID.2 para Martorell e os Skoda Epiq e Volkswagen ID.2 Crossover para Pamplona.
Os argumentos da Autoeuropa
A produção de elétricos em Espanha joga a favor da Autoeuropa como local de produção do elétrico mais barato da Volkswagen — preço base previsto é cerca de 20 mil euros. Isto porque as baterias desses modelos serão igualmente produzidas no país vizinho em dois locais: Martorell e em Sagunto, perto de Valência, pela PowerCo, a subsidiária do grupo para a produção de baterias.
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É a fábrica de Sagunto que nos interessa neste cenário. As baterias produzidas lá também podem servir o futuro elétrico barato da Volkswagen, dando à Autoeuropa uma vantagem geográfica. É mais barato transportar baterias de Valência para Palmela, do que para Poznan ou Mladá Boleslav.
Além disso, avança o Der Spiegel, a unidade de Palmela é considerada uma fábrica particularmente eficiente dentro do Grupo Volkswagen — em 2023 essa eficiência até garantiu um prémio internacional.
T-Roc a serem produzidos em Palmela, na Volkswagen Autoeuropa.Recordamos que a Autoeuropa produz atualmente o Volkswagen T-Roc, que foi o modelo mais vendido da marca na Europa em 2023. A próxima geração do T-Roc aproxima-se a passos largos e continuará a ser produzido em Palmela, mas a adição de mais um modelo, para mais um 100% elétrico, é crucial para garantir que a Autoeuropa se mantém relevante numa indústria em rápida transição.
Ainda a favor da Autoeuropa, temos de olhar, mais uma vez, para Espanha. O Grupo Volkswagen está a investir 10 mil milhões de euros no país que o vão transformar num importante centro de mobilidade elétrica. A liderar esta transformação está um homem: Markus Haupt, vice-presidente de Produção e Logística da SEAT S.A.
Markus Haupt está no Grupo Volkswagen há mais de 20 anos, e tem um conhecimento profundo e direto do que é a Autoeuropa. Afinal, foi ele o gestor do projeto do T-Roc. Ele, melhor que ninguém, sabe das competências e qualidades da maior fábrica de automóveis de Portugal.
O que pode jogar contra Palmela?
Há um fator em especial que pode jogar contra as probabilidades da Autoeuropa conseguir a produção do elétrico mais barato da Volkswagen, diz o Der Spiegel: proporcionalidade regional. Isto significa que, tendo em consideração o mega-investimento em Espanha, pode servir de impedimento para o sul da Europa receber outro projeto que implique um enorme investimento.
Além disso, Mladá Boleslav, a fábrica da Skoda, contrapõe com o argumento de que já está está a produzir elétricos de forma eficiente: é o local de produção do Enyaq e o novo Elroq também já começou a ser produzido lá.
Poznan, por outro lado, produz atualmente os comerciais Volkswagen Caddy e Crafter. O que pode ser visto, à partida, como uma desvantagem, pode não o ser. Não difere muito da situação atual da Autoeuropa: será sempre preciso investir na fábrica para a produção de um modelo elétrico.
Fonte: Der Spiegel via Observador