Autoridade da Concorrência chumba compra da Nowo pela Vodafone

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A decisão final da Autoridade da Concorrência dita que a Vodafone fica impedida de avançar para a compra da Nowo, devido a "entraves significativos à concorrência" e por ser prejudicial para os consumidores.

Vodafone

Apesar de antecipada, pela recusa pela Autoridade da Concorrência dos compromissos que a Vodafone propôs para ver se conseguia luz verde para comprar a Nowo, a decisão final só agora foi avançada. Conforme partilhado pela imprensa nacional, a Vodafone fica impedida de avançar para a compra da Nowo, a terceira e a quarta operadora do mercado, respetivamente.

Nuno Cunha Rodrigues, presidente da Autoridade da Concorrência, também já tinha referido, esta semana, no Parlamento, as razões do possível chumbo. Agora, na decisão, final fica explícito. Mais do que reforçar o poder de mercado da Vodafone, reforçaria o poder de mercado dos três principais operadores – Meo, Nos e Vodafone.

Existem claros indícios de se estar em presença de um equilíbrio pré-concentração com um grau significativo de coordenação (equilíbrio cooperativo).

Indica a Autoridade da Concorrência, segundo o Observador.

Em comunicado, a Autoridade da Concorrência fala de um mercado pré-concentração já com um grau significativo de coordenação entre os três principais operadores, o que resulta, nas suas análises, a preços de telecomunicações mais elevados (estima em 21%), "o que corresponde a uma perda de excedente do consumidor e de bem-estar social na ordem, respetivamente, dos 349 milhões e 90 milhões por ano".

Se a operação fosse para a frente, ainda haveria um adicional de perda. O poder de mercado de todos os operadores sairia reforçado, em particular o da Vodafone.

Estes efeitos levariam a uma perda de excedente de consumidor e a uma perda de bem-estar social na ordem, respetivamente, dos 54 milhões e dos 20 milhões por ano.

Para a Autoridade da Concorrência, a Nowo exerce "uma pressão concorrencial relevante sobre os restantes operadores de mercado", pelo que "a operação de concentração resultariam aumentos significativos de preços por via do aumento significativo dos preços dos produtos da Nowo; dos preços dos produtos da Vodafone; e dos preços dos restantes operadores de mercado".

Todos estes resultados apontaram, portanto, para uma deterioração do equilíbrio pré- concentração que, importa recordar, é um equilíbrio que já se afasta de um equilíbrio não cooperativo.

Indica a Autoridade da Concorrência.

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