AVB faz denúncia e volta a deixar críticas: "Não podemos aguentar..."

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Depois de marcar presença em Esposende, André Villas-Boas participou, este domingo, numa ação de campanha em Vizela, na qual respondeu a várias questões dos associados sobre as ideias e o projeto para o FC Porto.

O antigo técnico dos azuis e brancos foi questionado sobre o porquê de não se voltar a candidatar em 2028 caso perca as eleições deste ano, assumindo que essa data já é tarde para salvar os portistas.

"Vou esclarecer. É uma altura decisiva para o FC Porto. Por gratidão já não podemos aguentar mais quatro anos. Essa é a mensagem fundamental para os sócios. O FC Porto, atualmente, e o que está a ser projetado de 2024 a 2028, é refém de alguns interesses presentes na lista contrária. Este FC Porto não tem a ver com o FC Porto de Pinto da Costa, que conhecemos e os princípios bases do FC Porto", começou por dizer André Villas-Boas, citado pelo jornal O Jogo.

"Com 500 milhões de euros de passivo estamos reféns de muita gente. A clubes, dívidas a credores, agentes, ex-jogadores.. Detêm o poder de acionar judicialmente o FC Porto por dívidas. Temos essa pressão. Se em 12 anos, com esta gestão, onde há claramente responsabilidade máxima, acumulámos mais de 250 milhões de euros de passivo. Se pensarmos que os três títulos que ganhámos em sete anos se devem à sagacidade e grande brio do treinador, vemos também que perdemos vários jogadores a custo zero e pagámos comissões excessivas", vincou.

Sobre o tema da Academia, que tem gerado muitas trocas de galhardetes entre Villas-Boas e Pinto da Costa, o ex-treinador revelou mais pormenores sobre a sua ideia.

"Ninguém vem para o FC Porto para se servir do clube. Para mim é fundamental servir o FC Porto, um FC Porto desprovido de interesses. O contrato de promessa compra e venda do Olival está em meu nome, ou seja, não é vinculativo para o FC Porto. Se esta Direção for eleita, aí passo de meu nome para o FC Porto. A apresentação era para ser a 3 de abril, em Lisboa e propositadamente, porque era o aniversário de o FC Porto ter sido campeão às escuras na Luz. Mas será no dia 2, porque entretanto foi calendarizado o encontro da Taça de Portugal com o V. Guimarães para dia 3. "Os sócios são guerreiros. Temos um universo de portistas em Lisboa que têm de batalhar forte pelas cores do nosso clube. Achei grande ideia apresentar lá este conceito da nova academia em Gaia", resslvou.

O candidato também falou sobre os Super Dragões e diz ter conhecimento de alguns membros da claque que querem votar na sua candidatura, mas que têm medo de sofrer represálias.

"Também tenho essa informação, de que há pessoas nos Super Dragões que querem votar em mim e não manifestam isso por medo de represálias. Tenho recebido na sede de campanha várias pessoas dos GOA a manifestarem apoio. Essa pergunta é muito boa. Faz sentido numa fase inicial, até confirmação das candidaturas, ter aí o universo do presidente da MAG a tratar. A partir daí, faz sentido uma comissão independente, que pode ser dos sócios, tomar conta do processo eleitoral do FC Porto. Tem de haver transparência, estamos em contacto diário com Lourenço Pinto. Acreditamos nele e nas pessoas que estão a montar o ato eleitoral. Mas faz sentido, no futuro, a própria operacionalização estar numa comissão independente. Pode ser de associados ou subcontratada a uma consultora", vincou André Villas-Boas, que denunciou a existência de pressões para que jogadores da formação assinem por determinados agentes.

"O FC Porto foi dos clubes que mais vendeu no mundo, a par do Benfica. Mas como o José Pedro [Pereira da Costa] levantou recentemente, o lucro reduzido de despesas e intermediações, entrou apenas 11%. Há dinheiro mal aplicado. Jogadores obrigados a assinarem por determinados agentes para renovar ou até para jogarem. É uma forma de opressão sobre jogadores, que devem ser livres para escolher os seus agentes. Quando as intermediações entram em dispêndio absoluto, porque é que as pagam? Por que razão há movimentos estranhos para pessoas que nada têm a ver com determinados jogadores e de repente entram nessas operações? Uma coisa é passar mandatos exclusivos a determinados agentes para negociar com clubes. Por vezes há que obedecer a essas regras, mas não tem de entrar em custos absurdos. É um facto cada vez mais presente, recorrente com as mesmas pessoas. O FC Porto não se deve livrar de trabalhar com todos os agentes. Se usar uma intermediação, o meu FC Porto vai expor no portal de transparência que quero criar. Determinado jogador custou isto em agenciamento e isto em intermediação. Foram pagas intermediações a este senhor e comissões àquele. Quem não tem nada a esconder, não tem problema. O problema aqui é que é cada vez mais evidente o FC Porto refém de interesses alheios. Em vez de entrar mais dinheiro nos cofres do clube, entra menos, por razões óbvias", finalizou.

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