O comandante da RBDF, Raymond King, realçou em conferência de imprensa que “em quatro dias ocorreram quatro interceções” nas águas das Bahamas e das vizinhas Ilhas Turcas e Caicos.
A primeira, de um navio que tinha a bordo cerca de 65 cidadãos haitianos, foi realizada pela Guarda Costeira dos Estados Unidos em 7 de março, em águas internacionais ao norte do Haiti, mas entre o sudeste das Bahamas e as Ilhas Turcas e Caicos.
King especificou que a segunda operação - com 60 migrantes detidos - foi realizada por patrulhas das Ilhas Turcas e Caicos, que também participaram com a RBDF na terceira intervenção, onde foram intercetadas 140 pessoas na segunda-feira, incluindo 119 homens, 17 mulheres e quatro menores.
Com o principal aeroporto do Haiti encerrado devido ao aumento da violência e da instabilidade no país, as repatriações não podem ocorrer como de costume.
King lembrou também que as Bahamas estão a analisar a possibilidade de usar um navio da RBDF para transportar migrantes detidos de volta ao Haiti, uma vez processados.
A RBDF anunciou no início deste ano o aumento da vigilância no sul das Bahamas.
“Foi estabelecido o bloqueio marítimo, para neutralizar qualquer influxo ou movimento massivo de imigrantes do Haiti”, referiu o comandante.
Sem eleições desde 2016, o Haiti não tem atualmente nem um parlamento nem um presidente e o primeiro-ministro, Ariel Henry - que se encontra no Quénia sem conseguir regressar a Port-au-Prince – já anunciou que renuncia ao cargo assim que for criado um conselho de transição.
O último chefe de Estado, Jovenel Moïse, foi assassinado em 2021.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações, 362 mil pessoas estão atualmente deslocadas no Haiti, um número que aumentou 15% desde o início do ano.