Segundo a publicação ‘Business Insider’, o montante dos empréstimos concedidos pelos bancos norte-americanos a bancossombra menos regulamentados ultrapassou um bilião de dólares em janeiro.
Os empréstimos do sector financeiro dos Estados Unidos aos shadow banks (bancos sombra) do país – fintech, private equity, hedge funds e outras instituições que não recebem depósitos – superaram pela primeira vez a fasquia de um bilião de dólares no final de janeiro, segundo a publicação ‘Business Insider’.
O aumento face ao período homólogo é de 12%, bem acima do crescimento modesto de 2% no crédito total no mesmo período, o que contrasta com os alertas dos reguladores para o risco sistémico que representa o aumento desta exposição direta da banca tradicional a este segmento.
Os empréstimos pendentes a entidades financeiras que não têm autorização para receber depósitos, como empresas de private equity e hedge funds, atingiram 1.0024 biliões de dólares no mês passado, representando um aumento de cerca de 12,16% num ano face a janeiro de 2023, de acordo com dados divulgados pela Reserva Federal dos EUA na sexta-feira. Tornou-se um dos negócios de crescimento mais rápido do sector bancário num momento em que os volumes de empréstimos em geral estão a crescer a uma taxa mais lenta.
O aumento acentuado dos empréstimos aos shadow banks suscitou preocupações entre as autoridades reguladoras quanto a potenciais riscos sistémicos, refere o ‘Financial Times’ na segunda-feira.
O shadow banking, também conhecido como “sistema bancário sombra”, é um conjunto de operações e intermediários financeiros que fornecem crédito em todo o sistema financeiro global de forma “informal”. Ou seja, por meio de uma série de atividades paralelas ao sistema bancário, algumas instituições e agentes conseguem realizar financiamentos de forma indireta, sem passar por nenhuma supervisão ou regulação.
Os chamados “bancos sombra” são assim frequentemente menos regulados e muitos emprestam dinheiro a empresas onde os retornos podem ser maiores, mas os riscos são muito mais elevados do que uma instituição regulada seria capaz de tolerar.
Os especialistas disseram ao FT que essas instituições financeiras pouco regulamentadas expuseram os bancos a empréstimos de qualidade inferior.
Os grandes bancos têm vindo a aumentar constantemente os empréstimos a empresas financeiras menos regulamentadas.
O FT observa que, desde 2010, quando os bancos foram obrigados a comunicar pela primeira vez o volume de empréstimos feitos a instituições não bancárias, a percentagem de financiamento a “bancos sombra” atingiu 6% de todos os empréstimos bancários, mais do que o crédito automóvel e não muito abaixo da dívida de cartões de crédito.