Bankinter pretende continuar a crescer em Portugal sem comprar outros bancos

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O grupo Bankinter teve lucros de 473,5 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 13,3% do que no mesmo período de 2023, anunciou hoje o banco.

Em Portugal, onde está presente desde 2016, o resultado antes do pagamento dos impostos foi de 102 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 20% do que no primeiro semestre do ano passado.

Numa conferência de imprensa em Madrid, para apresentar e comentar os resultados do primeiro semestre, Gloria Ortiz considerou que o Bankinter teve "um semestre estupendo" em Portugal e acrescentou que a expectativa é, em relação ao mercado nacional, "continuar a crescer de forma sustentável no futuro", tanto no segmento das empresas como dos particulares.

A presidente executiva (CEO) do grupo Bankinter assegurou que o objetivo é que em Portugal haja um "crescimento orgânico" e disse que não há intenção de comprar outros bancos.

Segundo os dados revelados hoje pelo Bankinter, em Portugal, no primeiro semestre do ano, a carteira de crédito do banco alcançou os 10 mil milhões de euros e aumentou 12% em relação ao mesmo período de 2023, mantendo-se o crédito malparado (incumprimento ou atrasos nos pagamentos das prestações dos empréstimos) em 1,3%.

O crédito a empresas no primeiro semestre cresceu 25% em Portugal, "face a um setor que cresce apenas 0,9%", destacou o Bankinter.

Em relação ao crédito para compra de casa, o diretor financeiro do grupo Bankinter, Jacobo Díaz, disse na conferência de imprensa em Madrid que há expectativas otimistas para todos os mercados (Portugal, Espanha e Irlanda) para os próximos meses, depois de a produção de novas hipotecas se ter "ativado bastante" no segundo trimestre deste ano.

Além de haver um contexto de descida das taxas de juro, há também revisões em alta e mais otimistas para a economia, incluindo o mercado de trabalho, o que deverá ter um impacto positivo na procura de créditos para comprar habitação, acrescentou Jaboco Díaz.

Ainda em Portugal, os recursos dos clientes do Bankinter chegaram aos 8 mil milhões (mais 13% do que no primeiro semestre de 2023), a margem de juros alcançou os 140 milhões de euros (mais 19% em relação há um ano), as comissões líquidas (a diferença entre as cobradas e as pagas pelo banco) chegaram aos 37 milhões de euros (mais 11%) e os gastos operacionais subiram para os 51 milhões de euros (mais 8%).

Em termos globais, o Bankinter sublinhou hoje que no primeiro semestre continuou a aumentar a sua quota de mercado em todas as linhas de negócio e países onde que opera.

Os ativos totais do grupo alcançavam em 30 de junho 118.400 milhões de euros (mais 7,5% do que há um ano), a carteira de crédito somava 78.687 milhões de euros (mais 5,5%) e os recursos dos clientes de retalho 80.755 milhões de euros (mais 3,6%).

No comunicado divulgado hoje, o Bankinter disse que "o forte crescimento dos volumes da carteira de crédito e dos recursos" refletiram-se, no primeiro semestre do ano, em todas as rubricas da conta de resultados do banco.

Assim, a margem de juros foi de 1.160,3 milhões de euros (mais 8,6% do que há um ano); a margem bruta, que inclui todas as receitas, ascendeu a 1.410,5 milhões de euros (mais 10,4%); as receitas de comissões cobradas a clientes totalizaram 439,8 milhões de euros e as comissões líquidas, a diferença entre as cobradas e as pagas pelo banco, foram 342 milhões de euros (mais 12,7%).

A rentabilidade sobre capitais próprios (ROE) alcançou os 17,7%, situando-se 221 pontos-base acima do valor registado há um ano.

O grupo Bankinter teve lucros de 844,8 milhões de euros no ano passado, um aumento de 50,8% em relação a 2022 e um recorde na sua história.

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