Bastonário dos Médicos exige rapidez para nova administração hospitalar em Viseu

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19 jun, 2024 - 16:50 • Lusa

Carlos Cortes deixou um "elogio muito forte" aos profissionais da ULS Viseu Dão-Lafões que, "apesar destas dificuldades, têm aguentado talvez como muitos outros hospitais não aguentam no país".

O bastonário da Ordem dos Médicos disse esta quarta-feira que já pediu para rapidamente ser encontrada uma solução para acabar com o vazio deixado pela demissão do conselho de administração da Unidade Local de Saúde Viseu Dão-Lafões (ULSVDL).

"Neste momento há um vazio, há um conselho de administração demissionário e eu já pedi à direção executiva do SNS para rapidamente encontrar uma solução para não estarmos aqui a manter este período de vazio", afirmou Carlos Cortes.

O bastonário falava aos jornalistas ao final da manhã desta quarta-feira, em Viseu, depois de se ter reunido com o conselho de administração demissionário e os diretores dos serviços da ULSVDL, e ainda os coordenadores das unidades de cuidados de saúde primários.

"É preciso liderança, é preciso haver organização, coordenação, que não se compadece com esta situação que, neste momento, é de uma enorme confusão", acrescentou.

Conselho de Administração ULS Viseu Dão-Lafões demite-se devido a críticas da ministra da Saúde

O conselho de administração da ULSVDL enviou no dia 13 de junho o pedido de demissão à ministra da Saúde, por entender "já não reunir as condições para continuar a exercer o seu mandato", um dia depois da Ana Paula Martins ter dito na Assembleia da República que as lideranças em saúde são fracas.

"Face à falta de confiança manifestada no nosso desempenho enquanto líderes e gestores, vimos apresentar a vossa excelência o nosso pedido de demissão", escreveu a administração na missiva dirigida a Ana Paula Martins.

"Não vou comentar as palavras da senhora ministra, mas o que posso dizer é que encontrei no hospital dois aspetos que são importantes: uma grande falta de recursos humanos em todos os serviços, mas uma dedicação e um empenho dos profissionais que permite que muitas destas dificuldades estejam a ser ultrapassadas", afirmou Carlos Cortes.

Após as reuniões, o bastonário fez questão de deixar um "elogio muito forte" aos profissionais da ULS Viseu Dão-Lafões que "têm aguentado, apesar destas dificuldades, têm aguentado talvez como muitos outros hospitais não aguentam no país".

Como é que as palavras da ministra da Saúde levaram à demissão da administração do Hospital de Viseu?

Neste sentido, apresentou uma lista de aspetos positivos na ULS Viseu Dão Lafões como, entre outras, "a ginecologia e obstetrícia que não tem falhas", "não há lista de espera para doentes oncológicos" e a medicina interna "com muita dificuldade, mas está a aguentar".

"Quero deixar uma mensagem de confiança, uma mensagem de tranquilidade, em que a ULS Viseu Dão Lafões está capacitada para dar uma resposta adequada a toda a população, mas há aqui também a necessidade de todos se juntarem para conseguir atrair mais profissionais, nomeadamente na área da pediatria", apelou.

O serviço de urgência pediatria está encerrada ao exterior desde o dia 1 de junho, todas as noites da semana, ou seja, entre as 20h00 e as 8h00, por falta de médicos, como justificou a administração hospitalar agora demissionária.

"Estão a existir esforços em todos os serviços para que as escalas estejam completas e possam ter sempre o serviço de urgência de porta aberta", destacou.

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