BCE mantém taxas de juro inalteradas

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Depois de manter as taxas inalteradas, os mercados vão estar agora muito atentos para ouvir as explicações de Christine Lagarde na habitual conferência de imprensa.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje manter as taxas de juro inalteradas, como esperado pelos mercados.

Uma sondagem da “Reuters” junto de 90 economistas concluiu que o banco iria manter as taxas inalteradas na reunião de hoje. Cortes de taxas só a partir do segundo trimestre do próximo ano, segundo o inquérito.

A inflação na zona euro em novembro foi de 2,4% longe dos 10% atingidos em 2022. A taxa de depósito do BCE encontra-se atualmente num nível recorde de 4%.

A Allianz Global Investors previa que “dada a recente desaceleração da inflação, acreditamos que o BCE deverá manter os juros inalterados na sua próxima reunião de política monetária”, segundo Franck Dixmier, prevendo que a “atualização das previsões do BCE é aguardada com grande expetativa, com uma provável revisão em baixa das perspetivas para o crescimento e a inflação. No entanto, em linha com comentários recentes, acreditamos que o BCE deve adotar uma postura cautelosa face ao entusiasmo do mercado e sublinhar os seus pontos de vigilância.”

Sobre cortes no futuro, o responsável aponta que “as expetativas dos investidores de um corte nas taxas de juro já em Março parecem prematuras e, assim, a recente queda significativa nos juros de longo prazo permanece frágil. Após a recente recuperação, é provável uma pausa ou mesmo uma correção”.

Por sua vez, Jeremy Cunningham do Capital Group aponta que a “economia a desacelerar e a previsão da inflação sugerem que já atingimos a taxa terminal deste ciclo na zona euro. Existe o risco da inflação ser mais pegajosa do que o BCE espera, à medida que os salários tentam recompensar os choques dos preços da energia e perdas reais do poder de compra. Isto pode significar que o BCE mantêm a sua taxa terminal muito ao longo de 2024”.

Já Felix Feather da abrdn sublinhou que a inflação pode voltar a subir em dezembro e que uma mudança nas taxas de juro nesta reunião parecia “improvável”.

Sobre a conferência de imprensa, o responsável alertou para os sinais a que os mercados devem estar atentos: “se a linguagem em relação a manter as atuais taxas de juro por um período suficientemente longo for suavizada, pode ser um sinal que o BCE está a deixar a porta aberta para fazer cortes mais cedo do que o planeado”.

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