BCE vai “muito provavelmente” cortar juros este mês, diz membro do banco central

O Banco Central Europeu (BCE) vai “muito provavelmente” avançar com um novo corte das taxas de juro na próxima reunião de política monetária agendada para o final deste mês, afirma Francois Villeroy de Galhau, membro do conselho de governadores do banco central.

Numa entrevista ao jornal “La Repubblica”, o governador do banco central de França assume esta posição, recordando que a taxa de inflação da zona euro caiu abaixo da meta do BCE, de 2%, em setembro. De acordo com os dados divulgados no início de outubro, a inflação recuou para 1,8%, uma descida assinalável em relação aos 2,2% do mês anterior e um mínimo desde abril de 2021.

“Nos últimos dois anos, o nosso principal risco foi ultrapassar a nossa meta de 2%. Agora também precisamos de estar atentos ao risco oposto que é o de falhar a nossa meta devido ao fraco crescimento e a uma política monetária restritiva durante demasiado tempo”, diz Francois Villeroy de Galhau.

Numa análise à evolução da inflação na zona euro, Mário Centeno, governador do Banco de Portugal e membro do conselho de governadores do BCE, reiterou que “uma política monetária que permaneça restritiva durante demasiado tempo corre o risco de fazer com que a inflação fique abaixo do seu objetivo”, notando que o “estado atual da economia da área do euro, juntamente com as condições prevalecentes em termos de preços e do mercado de trabalho, exigem uma resposta do BCE: uma redução nas taxas de juro”.

O mercado apontava para uma nova descida das taxas de juro apenas na reunião de dezembro. Mas, com a evolução dos dados económicos, os analistas esperam agora um corte de 25 pontos base no encontro agendado para este mês.

Depois de avançar com a descida dos juros em setembro, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reiterou que o banco central não se comprometia com mais reduções, sublinhando que as decisões estão dependentes da evolução dos dados e serão tomadas em cada reunião.