BE critica "afunilamento ideológico" do Governo

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A bloquista esclareceu que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, "deixou bem claro que a primeira prioridade do Governo é não desvirtuar o programa eleitoral" e que, tendo o Bloco apresentado uma moção de rejeição ao programa do executivo, não poderia agora votar a favor - à semelhança do que foi anunciado pelo partido durante a semana.

Mariana Mortágua falava aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, após uma reunião sobre o Orçamento do Estado com os ministros de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, da Presidência, António Leitão Amaro, e dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou diversas vezes que as escolhas do executivo para o orçamento "revelam afunilamento ideológico" e que as principais "escolhas fiscais, económicas, políticas para o país estão feitas e que depois haverá uma pequena margem para os partidos poderem dizer se concordam ou não".

Mortágua criticou as medidas de apoio à compra de habitação destinada aos jovens até aos 35 anos, bem como a atual situação da saúde - afirmando que a atuação da ministra tem sido marcada pelo "autoritarismo e incompetência" -, e o conjunto de medidas para as migrações.

A líder do Bloco afirmou também que as previsões económicas foram levantadas neste encontro, referindo que esta foi uma negociação feita sem saber "nada sobre os números e sobre os limites de despesa que estão a ser negociados com Bruxelas".

"A segunda estranheza é quando os partidos (...) sabem que há compromissos fiscais que foram assumidos de milhares de milhões de euros e que o espaço de negociação é um espaço para além desses compromissos fiscais que o Governo já decidiu e que refletem a orientação de política fiscal e política económica do Governo. Por isso, digamos que desse ponto de vista, as reuniões são menos produtivas do que poderiam ser", acrescentou.

O Governo está hoje a reunir-se com os partidos com assento parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2025.

Estava inicialmente previsto que o primeiro-ministro marcasse presença nestas reuniões. No entanto, por razões de saúde, Luís Montenegro cancelou a presença em todos os eventos políticos até domingo.

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