BE questiona Governo sobre familiares de cidadão português em Gaza

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Na pergunta, dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda diz ter tomado "conhecimento de que familiares (sogro, cunhados e sobrinhos) de João Tomás Bossa, cidadão português a residir no Luxemburgo e casado com Wafaa Abo Zarifa de nacionalidade Palestiniana (de Gaza) e Luxemburguesa, estão a viver uma situação desumana e dramática em Gaza, evidentemente com risco de vida, face à intervenção desproporcional e sem preocupação com as vidas civis, por parte de Israel".

De acordo com o texto, este cidadão português terá informado o grupo parlamentar que "desde outubro de 2023 tem estado em contacto com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal com a finalidade de resgatar os seus 20 familiares, que neste momento estão em Rafah, que havia sido considerada zona segura, mas que Israel pretende invadir".

"O cidadão relata que não obteve uma resposta positiva do Ministério dos Negócios Estrangeiros ao seu apelo. Também já contactou a Embaixada de Israel em Portugal para que deixem de bloquear qualquer iniciativa de Portugal em resgatar a sua família, sem sucesso", lê-se na exposição de motivos.

Neste contexto, o BE quer saber se o Governo tem conhecimento da situação relatada, "como pretende ajudar as famílias de cidadãos portugueses que estão sujeitas à agressão por parte de Israel" e ainda se "foi desencadeado algum procedimento para ajudar os familiares do cidadão referido".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, diz que está determinado a levar a cabo uma ofensiva terrestre em Rafah, no sul do enclave e junto à fronteira com o Egito, onde se encontram 1,4 milhões de palestinianos, apesar dos apelos de parte da comunidade internacional.

O Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel, que causou a morte de mais de 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da Agência France Presse baseada em números oficiais israelitas.

Cerca de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, segundo as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano.

Em resposta ao ataque, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Desde o ataque do Hamas, a forte ofensiva israelita fez mais de 28.600 mortos e 68.400 feridos, na maioria civis.

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