Bebés começam a ser imunizados contra Vírus Sincicial Respiratório

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Arranca esta terça-feira a imunização contra a infeção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O agente, altamente contagioso, é uma das principais causas de internamento hospitalar de bebés e crianças no outono e inverno.

Estão abrangidos os bebés nascidos entre 1 de agosto e 31 de março de 2025, os prematuros que nasceram este ano, até 33 semanas e 6 dias, e, ainda, as crianças com menos de dois anos, com fatores de risco acrescidos para infeção grave por VSR.

A imunização, com anticorpos monoclonais, é gratuita em todo o país, incluindo Açores e Madeira. É necessária autorização dos pais, mas estima-se que sejam à volta de 62 mil as crianças e bebés abrangidos.

Os que já nasceram serão imunizados nos centros de saúde, os restantes recebem o anticorpo ainda na maternidade, seja ela pública, privada ou do setor social.

Inicialmente previsto para 1 de outubro de 2024, o arranque da campanha foi reagendado por razões de logística relacionadas com a disponibilidade e entrega das doses do anticorpo.

Mas agora está tudo a postos. A diretora-geral da Saúde garante que “temos as doses necessárias para imunizarmos todos os bebés, embora alguns possam não ser vacinados logo que nascem, na maternidade, serão vacinados pouco depois”.

Estudo avalia impacto na redução dos internamentos

Rita Sá Machado adianta que será feito um estudo “de efetividade, que será desenvolvido pelo Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge, para avaliar se a estratégia de imunização contra o VSR teve impacto na redução de internamentos nos hospitais”. As conclusões, adianta, “serão conhecidas apenas no final da campanha”.

Quanto à decisão de imunizar os bebés em vez de vacinar as grávidas (no caso dos adultos é uma vacina) no terceiro trimestre de gestação, para proteger os recém-nascidos contra o vírus Sincicial Respiratório, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), Rita Sá Machado diz que “a decisão dos peritos da comissão técnica de vacinação foi tomada, no início do ano, tendo em conta a informação disponível na altura”.

“A recomendação da OMS foi divulgada há cerca de um mês, apenas. À data, a informação de que dispúnhamos, indicava que a imunização dos bebés era a melhor opção”, sublinha.

Ainda assim, a diretora-geral da Saúde garante que a “estratégia vai ser avaliada em função do sucesso desta campanha e dos resultados que o Reino Unido, que vai vacinar as mães, alcançar. Em função disso, desenvolveremos uma nova estratégia para o próximo ano”.

A campanha tem um custo estimado de 13,6 milhões de euros. Com base nos dados clínicos e farmacocinéticos, a duração da proteção conferida pelo anticorpo monoclonal é de, pelo menos, cinco meses. Como é uma imunização passiva, específica para o VSR, pode ser administrada em simultâneo com as vacinas pediátricas de rotina.

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