Biden acha que derrota Trump, apesar de sondagens indicarem o contrário

A recandidatura à Presidência dos EUA nunca esteve em dúvida, garantiu Joe Biden numa entrevista ao New Yorker. Se não achasse que as políticas que implementou neste mandato tinham sido “as melhores para o país”, não voltaria a entrar na corrida à Casa Branca.

“Estou a concorrer novamente por dois motivos. Primeiro, estou muito orgulhoso do meu percurso e quero continuar. Esto otimista em relação ao futuro”

, começou por afirmar. “E, em segundo lugar, olho lá para fora e penso: estamos apenas a começar”.

Com a aproximação das Eleições Presidenciais nos Estados Unidos, as sondagens mostram as dúvidas dos eleitores quanto à capacidade de Biden se manter no cargo. Mas o atual presidente e candidato democrata assume-se confiante e pronto para vencer novamente contra Trump.

“Eu sou o único que já o venceu. E vou vencê-lo novamente”

, respondeu na entrevista, referindo que a contestação dos resultados eleitorais em 2021 foi uma “ofensa pessoal”.

O presidente norte-americano repetiu estar convicto de que consegue contrariar a maioria das sondagens, nas quais uma maioria pensa que aos 81 anos ele é demasiado velho para um segundo mandato e uma pequena maioria coloca Trump à frente nas eleições gerais.

Donald Trump é apenas três anos e meio mais novo, mas mesmo no meio de polémicas públicas e judiciais, há menos eleitores a pensar que o candidato republicano está velho demais para regressar à Casa Branca.

O que dizem as sondagens?

Donald Trump está à frente numa sondagem publicada, no fim de semana, pelo jornal New York Times, que revela "sinais alarmantes" para o atual presidente norte-americano entre alguns eleitores democratas. A publicação desta sondagem ocorre oito meses antes das eleições de novembro e quatro dias antes da "Super Terça-feira", a data crucial em que 15 Estados realizam as primárias democratas e republicanas em simultâneo.

Joe Biden e Donald Trump têm quase a certeza de que serão nomeados pelos respetivos partidos. Mas se os eleitores tivessem de decidir neste momento, 43 por cento votariam em Biden, em comparação com 48 por cento que votava em Trump, de acordo com a sondagem nacional realizada pelo NYT e pelo Siena College.

Embora o presidente democrata de 81 anos tenha afirmado, com números que o sustentam, que a economia está a ir bem, "apenas um em cada quatro eleitores pensa que o país está a ir na direção certa". A sondagem revela ainda "uma série de sinais alarmantes para o presidente sobre as fraquezas do campo democrata, em particular entre as mulheres, os eleitores negros e latinos", bem como entre alguns eleitores operários, destaca o New York Times.

Apesar dos numerosos reveses legais, o domínio de Trump sobre o Partido Republicano resultou, pelo contrário, num campo "mais unido": o antigo presidente "ganhou 97 por cento dos votos daqueles que dizem ter votado nele há quatro anos, e praticamente nenhum dos seus antigos apoiantes disse que votaria em Biden".

Em contrapartida, "Biden ganha apenas 83 por cento dos seus eleitores de 2020, com 10% a dizer que agora apoiam Trump".

A idade de Biden e o firme apoio a Israel na guerra em Gaza explicam também o mal-estar entre uma parte do eleitorado democrata.

Em novembro, o New York Times publicou uma sondagem, um ano antes das eleições presidenciais, que mostrava Trump à frente de Biden em cinco dos seis Estados-chave, com o democrata a perder terreno entre os jovens e as minorias.