Biden advoga controlo de armas na corrida à casa Branca após condenação do filho

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Joe Biden interveio na terça-feira perante a conferência anual Gun Sense University, promobida pelo fundo Everytown for Gun Safety Action, em Washington.

No encontro dedicado a sobreviventes da violência armada, presidentes de câmaras, pais e educadores, Biden elogiou os sobreviventes da violência armada pela sua determinação em “não se concentrarem na raiva”, mas sim “no que podem fazer para evitar mais tragédias”.

Biden sublinhou que as palavras e as ações dos sobreviventes deste tipo de ataques garantem que “todas as vítimas da violência armada não sejam esquecidas.

Ironia do caso Hunter na corrida eleitoral do pai

O presidente dos EUA aproveitou a ocasião para destacar os esforços da sua Administração em reduzir a criminalidade, antes do aniversário de dois anos da Lei Bipartidária das Comunidades Mais Seguras.A lei foi criada na sequência de vários massacres infligidos com armas de fogo, nomeadamente numa escola primária do Texas e num supermercado de Nova Iorque.

A Lei Bipartidária das Comunidades Mais Seguras estabeleceu novos crimes para enquadrar a compra de armas de fogo por compradores que mentem sobre o suposto proprietário da arma, entre outras disposições.

“É a legislação sobre armas mais significativa em quase 30 anos e nós aprovámo-la porque se trabalhou muito para a conseguir", declarou Biden. “Eu posso ter tido a ideia, mas foram vocês que a fizeram acontecer. Foi concebida para reduzir a violência armada e salvar vidas e estou muito orgulhoso do tremendo progresso que fizemos desde então", acentuou o presidente norte-americano, dirigindo-se à audiência.

Entretanto, o Departamento de Justiça anunciou as mais de 500 acusações a réus por violarem as disposições sobre tráfico e compra de armas de acordo com a nova lei de segurança de armas promulgada há dois anos, sublinhou a Casa Branca, também na terça-feira.

Estes dados, divulgados pelo FBI, mostraram que os assassinatos diminuíram 26 por cento no primeiro trimestre de 2024, ao passo que os roubos caíram quase 18 por cento e os crimes violentos em geral caíram 15 por cento.

A Casa Branca também observou que a Administração de Donald Trump registou o maior aumento de homicídios alguma vez documentado.

O presidente democrata, que enfrenta uma dura batalha contra o ex-presidente Donald Trump para ganhar um segundo mandato nas eleições presidenciais de novembro, sempre defendeu leis mais rigorosas sobre armas como forma de reduzir as mortes por violência armada nas escolas e nas cidades de todo o país.

Por sua vez, os republicanos de Trump - com o apoio da National Rifle Association, um grupo de defesa do direito de posse de armas - opõem-se em grande parte a leis mais rigorosas, citando o direito de transportar armas estabelecido na Segunda Emenda à Constituição dos EUA.

No mês passado, Trump garantiu o apoio do principal grupo de defesa dos direitos das armas do país e prometeu desmantelar as regulamentações sobre armas implementadas por Biden.
Drogas, arma e julgamento por acusações fiscais

Os problemas jurídicos de Hunter Biden não acabaram depois da condenação por três acusações criminais de posse de arma de fogo num julgamento onde sobressaiu o passado de uso de drogas.

O filho do presidente Joe Biden enfrenta agora não só a sentença, como outro julgamento criminal por acusações fiscais, tudo no meio da campanha da possível reeleição do pai.

Após três horas de deliberações durante dois dias no tribunal federal em Wilmington, Delaware, o caso da arma que Hunter Biden comprou em 2018 - num momento que estava viciado em crack, de acordo com os procuradores -, resultou na condenação por três crimes.

Mentir num formulário de compra obrigatória de armas, ao dizer que não usava drogas ilegais ou era viciado em drogas, e por ter a arma ilegalmente durante 11 dias, foram os pontos fortes da sentença.Entretanto, na outra costa dos Estados Unidos, Hunter é acusado de nove crimes fiscais e contravenções fiscais.

Os procuradores federais afirmam ter havido um esquema de quatro anos para deixar de pagar 1,4 milhões de dólares (1,3 milhões de euros) que Hunter devia ao IRS. A acusação alega que ele terá usado o dinheiro para “financiar um estilo de vida extravagante” que, como Hunter admite, incluía “drogas e álcool”. Desde então, o filho do presidente reembolsou os impostos atrasados.

Depois do julgamento de Trump, em Nova Iorque onde foi considerado culpado no conjunto de fraudes de que era acusado, os republicanos deixam claro que continuarão atrás de Hunter Biden.

Pai e filho

Embora Biden tenha evitado comentar o julgamento em Wilmington, não deixou de reagir às críticas externas dirigidas à história conturbada do filho.


Joe e Hunter Biden na a Base Aérea da Guarda Nacional de Delaware em New Castle, após o veredito | Anna Rose Layden - Reuters

“Como disse na semana passada, sou o presidente, mas também sou pai. Jill e eu amamos o nosso filho e estamos muito orgulhosos do homem que ele é hoje”, disse Biden em comunicado após o veredicto. 

“Tantas famílias que tiveram entes queridos a lutarem contra o vício entendem o sentimento de orgulho ao ver alguém que se ama sair do outro lado e ser tão forte e resiliente na recuperação. Como também disse na semana passada, aceitarei o resultado deste caso e continuarei a respeitar o processo judicial enquanto Hunter considera um recurso. Jill e eu sempre estaremos ao lado de Hunter e do resto de nossa família com nosso amor e apoio. Nada jamais mudará isso”.

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