Biden reavalia candidatura se surgir “alguma condição médica”

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Eleições nos EUA

17 jul, 2024 - 23:24 • João Pedro Quesado

Presidente norte-americano mudou de novo as condições para uma desistência, no dia em que uma sondagem interna dos democratas coloca várias figuras do partido com pontos de vantagem sobre Biden nos estados decisivos.

Joe Biden apenas vai reavaliar a recandidatura à Casa Branca se surgir “alguma condição médica”. Quem o diz é o próprio Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), numa entrevista revelada esta quarta-feira, dia em que a pressão para desistir voltou a dominar as notícias norte-americanas.

Numa entrevista ao site “BET NEWS”, Biden, questionado se há algo que o possa fazer reavaliar a atual recandidatura, responde que só uma condição médica o pode levar a esse ponto.

“Se médicos me viessem dizer que tenho um problema”, acrescentou Biden, que disse ainda ter cometido “um erro sério no debate”.

Biden recordou ainda que se apresentou como um “candidato de transição” nas eleições de 2020, e que pensou que “seria capaz de avançar e entregar o testemunho a alguém”, mas que “não antecipava que as coisas ficassem tão, tão divididas”. Decidiu recandidatar-se, explicou, por acreditar que a sua “sabedoria” ajudaria a resolver os problemas do país.

Numa entrevista anterior, a 5 de julho, Joe Biden tinha dito à “ABC News” que apenas desistiria da atual candidatura se “Deus Todo Poderoso” lhe dissesse para o fazer.

Dias depois, na conferência de imprensa após a cimeira da NATO, em Washington, mudou a baliza de sítio e declarou que ficaria na corrida a não ser que os seus assessores lhe dessem provas de que não podia ganhar a eleição.

Pressão sobre Biden está a aumentar

A nova confissão de Biden surge depois de aumentar o número de democratas a pedir o afastamento do atual Presidente da campanha para as eleições de novembro.

Adam Schiff, membro da Câmara dos Representantes desde 2001 e candidato democrata ao lugar da Califórnia no Senado nas eleições de 2024, disse a doadores que é provável os Democratas sofrerem grandes derrotas a 5 de novembro caso Biden permaneça no topo da candidatura à Casa Branca.

“Acho que, se ele é o nosso nomeado, nós perdemos”, disse o democrata que, citado pelo “The New York Times”, declarou de “podemos muito bem perder o Senado e a nossa hipótese de retomar a Câmara”.

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As declarações de Schiff são de um evento no estado de Nova Iorque, pouco antes da tentativa de assassinato a Donald Trump, no sábado, mas foram reforçadas pelo próprio esta quarta-feira, numa declaração ao “Los Angeles Times”.

O candidato, que já liderou a comissão de Informações da Câmara dos Representantes, é o democrata mais influente até agora a defender o afastamento de Biden - são já 21 os democratas que o fizeram, segundo a contagem da "Axios".

Esta quarta-feira, o “Politico” revelou que uma sondagem a 15 mil votantes em sete estados decisivos nas eleições presidenciais coloca pelo menos quatro políticos democratas com uma vantagem de cinco pontos sobre Biden em cada estado.

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O documento aponta os nomes do senador pelo Arizona Mark Kelly, do governador de Maryland Wes Moore, do governador da Pensilvânia Josh Shapiro, e da governadora do Michigan Gretchen Whitmer como os potenciais candidatos mais fortes.

Kamala Harris também tem uma performance melhor do que Joe Biden, mas a direção apontada pela sondagem é de desligar a candidatura democrata à Casa Branca da atual administração norte-americana.

Outra sondagem, divulgada esta quarta-feira pela Associated Press, revela que praticamente dois terços dos democratas preferem que Joe Biden desista da candidatura, e apenas 3 em 10 democratas estão confiantes de que Biden tem capacidade mental para servir efetivamente como Presidente.

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