Bióloga marinha promete ser voz de Moçambique na defesa da natureza

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"Moçambique deve ser felicitado pelos esforços já realizados e pelas oportunidades que se avizinham para analisar a forma como as pessoas e a natureza podem prosperar em conjunto. Como nunca antes, este é o momento de agir", afirmou, em declarações aos jornalistas, após reunir-se com Filipe Nyusi.

Autora de cerca de 150 publicações e exploradora da National Geographic, Sylvia Earle comprometeu-se a visitar Moçambique e ajudar o país nos esforços de captar investimentos direcionados à proteção ambiental.

"Ser a vossa voz para aqueles que não compreendem a essência crítica da natureza e não sabem porque é que o oceano é importante, não sabem porque é que devem cuidar das árvores, dos elefantes e da vida selvagem do oceano. Por isso, penso que parte da razão pela qual estamos aqui é para sermos uma voz para aqueles que não têm voz: as baleias, os elefantes, as árvores", disse.

Earle foi a primeira mulher escolhida para cientista chefe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, do Governo norte-americana, e em 1998 foi nomeada pela revista Time Magazine como a primeira "Heroína" pelo planeta.

"Devemos realmente celebrar os compromissos importantes que foram assumidos em Moçambique, para respeitar a terra e o mar e para dar um passo em frente neste momento crítico", reconheceu ainda, após o encontro com Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano está a realizar uma visita a Nova Iorque, onde participa hoje na "Cimeira do Futuro", promovida no âmbito da 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Governantes dos países africanos abrangidos pela Floresta do Miombo reúnem-se na segunda-feira, em Nova Iorque, para encontrar mecanismos de financiamento e defesa daquela área natural, iniciativa do Presidente moçambicano.

O diálogo de alto nível sobre a Iniciativa do Miombo, dinamizada por Moçambique, deverá reunir ainda empresários norte-americanos.

"O Presidente da República pretende consolidar o mecanismo de financiamento da Iniciativa do Miombo, divulgar a plataforma de governação e gestão dos fundos da Iniciativa do Miombo e reforçar o compromisso de financiamento para operacionalização da carta de intenções adotada em Washington", explicou anteriormente a Presidência moçambicana, em comunicado.

A Floresta de Miombo cobre dois milhões de quilómetros quadrados e garante a subsistência de mais de 300 milhões de habitantes, constituindo o maior ecossistema de florestas tropicais secas do mundo, enfrentando também problemas de desflorestação.

O Governo moçambicano espera mobilizar investimentos para proteger a Floresta do Miombo estimados no plano de ação em 550 milhões de dólares (518 milhões de euros), dos quais 154 milhões de dólares (144,5 milhões de euros) foram garantidos desde 2022.

O Presidente moçambicano afirmou, em 18 de abril, na capital norte-americana, que a defesa da Floresta do Miombo "já entrou no mapa", após a conferência internacional realizada nessa altura em Washington.

Na mesma altura, foi adotada verbalmente a Carta do Compromisso por parte dos 11 Estados, incluindo Moçambique e Angola, os que mais área têm desta floresta, que integra, na introdução, "os pressupostos para a sua adoção, reconhecimento do impacto do desmatamento, baixo financiamento, necessidade de financiamento à escala e colaboração entre as partes", bem como a previsão de um mecanismo de financiamento e a necessidade de criação de um fundo a ser baseado em Moçambique para a sua preservação.

Nyusi encerrou, em 17 de abril, a Conferência Internacional sobre o Maneio Sustentável e Integrado da Floresta do Miombo, que decorreu durante dois dias, em Washington, na qual os 11 países da África austral que integram a Floresta do Miombo adotaram a Carta de Compromisso para defesa da área.

Palavra suaíli para 'brachystegia', miombo é um género de árvore que inclui um grande número de espécies e uma formação florestal que compõe o maior ecossistema florestal tropical em África, sendo fonte de água, alimento, abrigo, madeira, geração de eletricidade e turismo.

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