Blinken debate fim do conflito em Gaza com líderes árabes

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“Há um interesse claro na região em prosseguir com isso, mas isso exigirá que o conflito termine em Gaza e também exigirá claramente que haja um caminho prático para um Estado palestiniano”, disse Blinken aos jornalistas, no fim dos encontros com os líderes árabes.

"Mas o interesse existe, é real e pode ser transformador", acrescentou. “Para que isto aconteça, precisamos de ver o estabelecimento de um Estado palestiniano independente”, repetiu.

Após visitar esta segunda-feira os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos irá a Israel, onde também admite que vai insistir com as autoridades no “imperativo absoluto de se fazer mais para proteger os civis” durante as operações militares na Faixa de Gaza, território exíguo, sobrepovoado, pobre e, agora, destruído.

Dirigimo-nos agora para Israel, onde teremos a oportunidade de partilhar com os líderes israelitas tudo o que ouvi até agora nesta viagem e também de falar com eles sobre o rumo futuro da campanha militar em Gaza”, disse Blinken em declarações à imprensa na Arábia Saudita, etapa do seu périplo pelo Médio Oriente para debater a guerra no enclave palestiniano e repercussões.

Quatro Estados árabes formalizaram laços com Israel em pactos conhecidos como Acordos de Abraham: Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos. As negociações com os EUA destinadas a chegar a um acordo que normalizasse as relações entre Israel e a Arábia Saudita foram interrompidas quando o conflito de Gaza eclodiu em outubro passado.

Esta é a quarta viagem de Blinken à região do Médio Oriente desde que escalou o conflito israelo-palestiniano e tem mantido, desde então, mais conversações com líderes árabes como parte de um esforço diplomático para impedir que a guerra em Gaza se alastre ainda mais.

Futuro para a região

Durante a visita ao Médio Oriente, Blinken apelou aos países da região para que tentem reduzir as tensões que já provocaram violência na Cisjordânia, no Líbano, na Síria e no Iraque ocupadas por Israel e levaram a ataques do movimento Houthi do Iémen nas rotas marítimas do Mar Vermelho.

“Onde quer que eu fosse, encontrei líderes determinados a evitar que o conflito que enfrentamos agora se espalhasse”,
disse Blinken, acrescentando ainda todos expressaram vontade de ajudar a estabilizar e revitalizar Gaza.

“E falaremos sobre como vemos o futuro da região e de Israel, e estou convencido de que há um caminho futuro que realmente pode trazer paz e segurança duradouras a Israel, que pode garantir que o 07 de outubro (dia do ataque do Hamas a território israelita que desencadeou a retaliação armada de Israel contra Gaza) nunca mais volta a acontecer e que pode unir a região”, asseverou Blinken no aeroporto de Riade.

O governante norte-americano sustentou igualmente que a Faixa de Gaza e a Cisjordânia “devem estar unidas sob um Governo liderado por palestinianos” e que, para tal, é necessária “a criação de um Estado palestiniano independente”.

“Ninguém com quem falo pensa que isto será fácil, todos reconheceram os obstáculos e ninguém pensa que alguma coisa vai acontecer de um dia para o outro, mas acordámos trabalhar juntos e coordenar os nossos esforços para ajudar Gaza a estabilizar e recuperar”, afirmou.

Nesse sentido, indicou que os líderes árabes com quem se reuniu nos últimos dias “estão preparados para assumir os compromissos necessários” e “tomar decisões difíceis” para concretizar tais objetivos.

Evitar a escalada do conflito foi, admitiu Blinken, a principal motivação desta viagem ao Médio Oriente, num contexto de intensificação das trocas de fogo fronteiriças entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel, além dos ataques dos rebeldes iemenitas Huthis a navios mercantes no mar Vermelho.

“Os israelitas foram muito claros connosco quanto a quererem encontrar uma forma diplomática de avançar que crie o tipo de segurança que permita aos cidadãos israelitas regressarem aos seus lares”, afirmou Blinken, sobre as trocas de fogo fronteiriças entre o Hezbollah e Israel.

Além dos EAU e da Arábia Saudita, nos últimos dias, Blinken esteve também na Jordânia e no Qatar, no âmbito do seu quarto périplo pelo Médio Oriente desde a eclosão da guerra na Faixa de Gaza, e em breve aterrará em Israel, antes de concluir a viagem no Egito.

C/agências

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