Blinken reúne com Gantz e insiste na necessidade de expandir ajuda a Gaza

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Benny Gantz, um rival político centrista que se juntou ao Governo "linha-dura" de Netanyahu nos primeiros dias da guerra contra o Hamas, está em Washington para conversações com autoridades norte-americanas, num momento de profundas divergências entre Netanyahu e o Presidente Joe Biden sobre como aliviar a situação e o sofrimento dos palestinianos na Faixa de Gaza e analisar cenários para o pós-guerra no enclave.

O partido mais moderado de Gantz funciona, por vezes, como contrapeso aos aliados de extrema-direita de Netanyahu. Um funcionário do partido Likud, de Netanyahu, disse no início da semana que a visita de Gantz ocorreu sem autorização do líder israelita, tendo o primeiro-ministro israelita tido uma "conversa difícil" com Gantz sobre a viagem.

O chefe da diplomacia norte-americana sublinhou que Israel "deve tomar medidas urgentes para expandir a entrega e distribuição de ajuda humanitária, inclusive através da abertura de passagens adicionais", de acordo com um comunicado do porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Blinken sublinhou "a necessidade de um plano humanitário credível e implementável antes de qualquer grande operação militar em Rafah, dados os riscos para os civis".

Para o secretário de Estado norte-americano, o Governo israelita deve tomar estas medidas enquanto decorrem as negociações para chegar a um novo cessar-fogo.

O chefe da diplomacia norte-americana destacou também a Benny Gantz a importância de ser alcançado o cessar-fogo para a libertação dos reféns israelitas e a entrada de assistência humanitária adicional em Gaza.

Blinken reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com o direito de Israel de garantir que os ataques terroristas de 07 de outubro nunca se repitam.

Mas sublinhou também que Washington apoia "medidas para promover a paz e a segurança duradouras tanto para israelitas como para palestinianos".

A 07 de outubro de 2023, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 151.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 30.631 mortos, mais de 71.000 feridos e cerca de 8.000 desaparecidos soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.

O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de desnutrição que já está a fazer vítimas, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 6.650 detenções.

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