BMG dispensa Roger Waters por declarações consideradas antissemitas

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A notícia foi avançada pela Variety. Segundo a publicação, as declarações antissemitas do cofundador dos Pink Floyd "enfureceram os seus ex-companheiros de banda, pois afastaram vários pretendentes interessados em adquirir o catálogo de músicas gravadas pelo grupo, que estaria no mercado por meio mil milhões de dólares".

A gigante editora musical BMG, sediada em Berlim, assinou um contrato com Waters em 2016. Planeava lançar uma nova versão do histórico álbum The Dark Side of the Moon, dos Pink Floyd, lançadpo em 1973.O contrato foi cancelado pelo novo CEO da BMG, Thomas Coesfeld. O álbum acabou por ser lançado com o selo britânico Cooking Vinyl.

A revista norte-americana Variety revela agora que a BMG vai mesmo separar-se totalmente de Waters.

Israel, Palestina, EUA, Rússia e Ucrânia

Em novembro passado, o músico britânico alegou ter sido “demitido” pela BMG numa entrevista com o jornalista nova-iorquino Glenn Greenwald. Waters caracterizou a rutura com a empresa como o resultado da pressão de interesses pró-israelitas sobre a BMG, nomeadamente da Liga Antidifamação, uma organização judaica sem fins lucrativos.

Waters é um crítico de Israel e defensor da libertação da Palestina desde longa data. Em abril de 2023, foi acusado por magistrados alemães de ser “um dos antissemitas mais conhecidos do mundo”. O músico acabou por ganhar o caso em tribunal e realizar o concerto marcado para Frankfurt.

Roger Waters argumentou que a crítica sempre tem sido dirigida a Israel e não contra o judaísmo, acusando o Estado hebraico de “abusar do termo antissemitismo para intimidar pessoas como eu e fazê-las silenciar”.

Ao rol de trocas de acusações juntou-se a Administração norte-americana de Joe Biden. O Departamento de Estado afirmou que Waters tinha “um longo histórico de utilização de metáforas antissemitas” e que o concerto na Alemanha “continha imagens profundamente ofensivas para o povo judeu e minimizavam o Holocausto”.

Waters rotulou o presidente Biden de “criminoso de guerra” durante uma transmissão da CNN e afirmou que estava diretamente “a alimentar a guerra na Ucrânia”.

Ao somatório de polémicas juntam-se as declarações em 2023 de Waters dirigidas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas - a convite da Rússia. Alegou então que a invasão ao território ucraniano “não foi sem provocação”.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, Waters tem elevado o tom contra os bombardeamentos. A mais recente publicação na rede X apela veementemente a um cessar-fogo.

De acordo com a Variety, um porta-voz da BMG recusou fazer comentários, mas uma fonte da empresa afirmou que a editora não concorda com a versão dos acontecimentos de Waters.
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