BNP Paribas com forte quebra dos lucros no quarto trimestre

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os analistas ficaram surpreendidos com os resultados. O banco francês antecipa agora que o balanço do final do ano será afetado pelos fracos desempenhos de alguns dos negócios do banco.

O BNP Paribas reportou, esta quinta-feira, uma queda que os analistas consideraram surpreendente nos lucros do quarto trimestre, provocando um corte de mais de 8% nas ações do banco francês. As receitas do banco de investimento do BPN, que o CEO Jean-Laurent Bonnafe vem expandindo, caiu em relação ao ano anterior, assim como as operações nos segmentos de imóveis comerciais e de consumo.

Pior ainda, o CEO disse, na apresentação dos resultados, que as perspetivas imediatas não são boas para o banco, já que a economia da Zona Euro está “em processo de desaceleração”.

Os bancos da Zona Euro têm relatado um aumento nos lucros e pagamentos aos acionistas, graças ao aumento das taxas de juros – que impulsionou esse aumento. No entanto, o horizonte é agora marcado pela incerteza económica e pelas expectativas de queda das taxas de juros.

“O BCE não está a cortar as taxas de curto prazo, está à espera que a inflação caia. Obviamente está a demorar um pouco mais do que o esperado. Desse ponto de vista, 2024 não será muito favorável para nós”, acrescentou Bonnafe.

Os lucros líquidos do grupo caíram 50%, para 1,07 mil milhões de euros, abaixo da média de 1,74 mil milhões das estimativas. Os analistas do JP Morgan, citados pela agência Reuters, classificaram os resultados como “dececionantes”, apesar do previsível aumento dos pagamentos aos acionistas. O reportado foi mais fraco em todas as divisões do banco, exceto o corporate, mas a perda veio principalmente do CIB (banco de investimento corporativo).

O BNP Paribas anunciou que aumentará os dividendos do ano em 18%, para 4,60 euros por ação, e que gastará mais 1,05 mil milhões de euros num sistema de recompra de ações.

O maior banco da Zona Euro em ativos disse que já usou três mil milhões de euros de capital excedente, de mais de sete mil milhões gerados após a venda da operação comercial da instituição nos Estados Unidos no ano passado.

O Paribas reportou também uma queda de 2,6% nas receitas do seu banco de investimento no quarto trimestre. A divisão de seguros e gestão de património do banco teve um desempenho pior do que o esperado, com as vendas a caírem quase 13%. O banco também reduziu a sua meta de retorno sobre o património líquido tangível (ROTE) para 2025, dizendo que não atingiria a meta de 12% até 2026 devido a requisitos de reservas regulatórias mais altos e pressão para aumentar as taxas de depósito.

O baixo desempenho dos negócios imobiliários e de financiamento ao consumo do BNP Paribas também cortou nos ganhos. A expectativa é que ambos retornem aos níveis de rentabilidade anteriores em 2026. A instituição antecipa agora um crescimento menor dos lucros líquidos no período de 2022 a 2025: de mais de 9% para cerca de 8%.

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