Bola parada para não descolar

O Marítimo venceu, este domingo, na visita ao reduto do CD Tondela. Os insulares triunfaram por 0-3 no Estádio João Cardoso e terminaram a jornada a ganhar pontos ao rival Nacional, que ocupa o terceiro lugar da tabela classificativa.

O jogo desta manhã não foi particularmente entusiasmante durante grande parte do tempo, mas foi um tanto ou quanto acidentado. Uma expulsão madrugadora na equipa beirã condicionou muito a estratégia de Tozé Marreco e, apesar da boa resposta, uma segunda expulsão já na etapa complementar foi fatal para os anfitriões. O defesa central Rodrigo Borges, com dois golos marcados, foi a grande figura do encontro.

Expulsão dificultou

Sem deslumbrar, o Marítimo entrou, ainda assim, melhor na partida. Os madeirenses tiveram um ligeiro ascendente nos primeiros minutos, com mais bola e uma ocasião de golo desperdiçada de forma escandalosa por Higor Platiny. Ricardo Silva atrapalhou-se com a bola, perdeu a mesma e o avançado insular não conseguiu aproveitar.

O CD Tondela preparava-se para responder e chegou a fazê-lo com um cabeceamento perigoso de Hélder Tavares, mas a reação foi travada aos 17 minutos. Yaya Sithole escorregou no relvado, atropelou Renê Santos no processo e foi de imediato admoestado com o cartão vermelho direto. O médio do Marítimo, de resto, teve também de ser substituído, abandonado o relvado de maca e direto para o balneário.

Em superioridade numérica, o Marítimo precisou de dez minutos para chegar à vantagem: Euller cobrou um livre a meio do meio-campo, Diogo Mendes - substituiu o lesionado Renê Santos - ganhou de cabeça ao segundo poste e Rodrigo Borges atirou a contar.

Depois do golo, contudo, os visitantes não conseguiram dominar como poderia ser de esperar de alguém que está com mais um homem em campo. O CD Tondela reorganizou a casa e a equipa de Fábio Pereira teve dificuldades para levar perigo à baliza de Ricardo Silva em jogo corrido, apoiando-se muito na bola parada.

Uma dá para sobreviver, mas agora duas...

Ainda a segunda parte estava a arrancar e a toada do jogo por perceber quando a equipa da casa sofreu mais uma contrariedade. Platiny preparava-se para fugir, isolado, em direção à baliza de Ricardo Silva e foi derrubado por Lucas Mezenga. O defesa central recebeu ordem de expulsão e, a partir dos 48 minutos, o CD Tondela ficou com nove unidades.

Tozé Marreco promoveu de imediato uma tripla alteração e a equipa beirã ficou naturalmente mais exposta, mas também não deixou de procurar chegar ao golo. O jogo, agora mais partido, também ofereceu algumas saídas perigosas aos anfitriões e em alguns momentos não se notava à flor da relva a inferioridade numérica.

Nesta fase, Luan Farias assumiu protagonismo pela capacidade de ganhar metros em condução, liderando praticamente todas as saídas rápidas dos beirões. Do lado contrário, as oportunidades que o Marítimo criou esbarraram sempre num perdulário Platiny, que ainda assim só não assinou um grande golo, de bicicleta, porque Ricardo Silva fez uma defesa notável.

Não deu de bola corrida, deu de bola parada. Na sequência da bicicleta travada pelo guardião da casa, o Marítimo marcou no pontapé de canto. Erivaldo Almeida, depois de um primeiro desvio de Platiny, fez o 0-2 e desferiu o golpe fatal num CD Tondela que ficou sem capacidade para reagir a novo golo sofrido. Aproveitou o Marítimo, que fez o terceiro a partir de mais um canto, agora com Ricardo Silva a travar o cabeceamento de Platiny, mas não a recarga de Rodrigo Borges.

Ao fim de 25 jogos disputados, o Marítimo soma 45 pontos e mantém o quarto lugar, agora a três do Nacional, que empatou na receção ao Académico. Os madeirenses aproveitaram também a derrota do Torreense para dilatar a vantagem sobre a turma de Torres Vedras para seis pontos. O CD Tondela é sétimo, com 36 pontos.