Bolívia. Tribunal Constitucional proíbe Evo Morales de se recandidatar à presidência

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Tribunal Constitucional anulou decisão anterior e proíbe agora Evo Morales de voltar a ser Presidente da Bolívia. Morales fala em "conspiração da direita".

epa10914056 Former President Evo Morales participates in a press conference at the house of the Movement Al Socialism, MAS, in La Paz, Bolivia, 11 October 2023. The former president and leader of the ruling Movement towards Socialism (MAS), Evo Morales, denounced this 11 October a 'family business' between the president of the country, Luis Arce, with one of his sons, which Morales calls an act of 'corruption.'  EPA/LUIS GANDARILLASi

LUIS GANDARILLAS/EPA

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O Tribunal Constitucional da Bolívia proibiu o antigo presidente Evo Morales de se candidatar às eleições presidenciais de 2025, depois de ter anulado a disposição relativa à reeleição indefinida que lhe permitiu candidatar-se em 2019.

“Restringir a possibilidade de reeleição indefinida é uma medida adequada para garantir que uma pessoa não se perpetue no poder”, afirma a decisão de 82 páginas, publicada este sábado pelo Tribunal boliviano.

Esta decisão anula uma outra adotada em 2017 pelo mesmo tribunal, o mais elevado em matéria de consultas constitucionais, que tinha considerado a reeleição como um “direito humano”.

A nova decisão, qualificada de política por Evo Morales, não pode ser objeto de recurso.

“Isto é a prova da cumplicidade de certos magistrados com o Plano Negro que o governo está a executar a mando do império e com a conspiração da direita boliviana”, escreveu o ex-Presidente de esquerda na rede social X (antigo Twitter), referindo-se aos Estados Unidos.

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La sentencia política del TCP autoprorrogado es la prueba de la complicidad de algunos magistrados con el Plan Negro que ejecuta el gobierno por órdenes del imperio y con la conspiración de la derecha boliviana.
Como hicieron en 2002 al expulsarnos del Congreso, los neoliberales… pic.twitter.com/KLJ27RyueU

— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) December 30, 2023

A decisão do Tribunal Constitucional estabelece que o Presidente e o vice-presidente não podem exercer mais de dois mandatos, de forma contínua ou descontínua.

Morales tinha manifestado o desejo de ser candidato em 2025, em conflito com Luis Arce, o atual Presidente, seu aliado político e ministro da Economia durante a maior parte do seu mandato, desde 2006.

Para a especialista em direito constitucional Maria Renée Soruco, da Universidade Católica de San Pablo, se a reeleição foi autorizada previamente, está a violar a própria Constituição: “Não se trata de Evo Morales, mas da defesa do Estado de Direito”, acrescentou Soruco à agência EFE.

A decisão do Tribunal Constitucional baseia-se numa revisão dos critérios do Tribunal Interamericano de Direitos Humanos, que excluiu a reeleição como um direito humano. Em 2021, este órgão consultivo internacional emitiu um parecer consultivo, a pedido do governo colombiano, sobre a reeleição indefinida.

Evo Morales foi Presidente da Bolívia de 2006 a 2019, tendo sido reeleito em 2009 e novamente em 2014.

Em 2019, renunciou à presidência no meio de distúrbios sociais e acusações de fraude eleitoral, e quando deixou o país, foi substituído por Jeanine Añez, que enfrenta processos e condenações por um alegado golpe de Estado.

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