Borrell defende alternativa moral para poupar vidas inocentes em Gaza

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Josep Borrell disse que, na sua opinião, deve haver outra maneira de combater o grupo islamita palestiniano Hamas, argumentando que "deve haver moralmente uma alternativa à morte de tantas pessoas inocentes, entre elas, crianças".

Na sessão plenária do Parlamento Europeu, a decorrer esta semana em Estrasburgo, o chefe de diplomacia europeia defendeu que o que se tem assistido não pode ser justificado do ponto de vista da necessidade de erradicar o Hamas, face aos elevados custos em termos de vidas humanas perdidas - causadas pelos bombardeamentos e pelo bloqueio imposto -- e em termos de destruição.

Reconhecendo a divergência de opiniões na União Europeia relativamente ao cessar-fogo pedido no Conselho de Segurança das Nações Unidas, Josep Borrell sublinhou que não se pode argumentar que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, seja uma ameaça à paz por ter utilizado um artigo da carta da ONU para chamar a atenção sobre a situação em Gaza.

Pela primeira vez desde que assumiu a liderança da ONU, em 2017, Guterres invocou na semana passada o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas, o instrumento diplomático mais poderoso que tem à sua disposição e que prevê que o secretário-geral "pode chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e segurança no mundo".

Borrell garantiu que não condenará nunca "suficientemente" os ataques terroristas do Hamas e que continuará a pedir a libertação dos reféns que estão nas mãos do grupo extremista, mas insistiu que "o mais urgente" é evitar a perda de mais vidas humanas e colocar em marcha num processo que permita alcançar uma solução para o conflito.

"O primeiro ministro de Israel manifesta-se, infelizmente, contra esta solução política. Voltou a repetir que é a garantia de que nunca haverá um estado palestiniano", lamentou o também vice-presidente da Comissão Europeia, notando que solução dos dois Estados é defendida unanimemente na União Europeia e pela grande maioria da comunidade internacional.

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 07 de outubro, quando o grupo islamita atacou, de surpresa e com uma força inédita, o território israelita, matando, segundo as autoridades de Telavive, 1.200 pessoas, na sua maioria civis, e fazendo mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza e bloqueou a entrada de bens essenciais como água, medicamentos e combustível.

Embora os dois lados tenham feito uma trégua de alguns dias para troca de prisioneiros e reféns, bem como para permitir o acesso de ajuda humanitária, os últimos dados atualizados das autoridades de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007, apontam para mais de 18 mil mortos e 50 mil feridos no enclave palestiniano.

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