Bruno Fernandes confessa: «Gosto deste negativismo à volta da seleção»

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Bruno Fernandes e a seleção nacional preparam a partida da próxima terça-feira, diante da República da Irlanda. O médio realizou a habitual conferência de antevisão ao jogo, que coloca um ponto final na preparação de Portugal, rumo ao Campeonato da Europa.

O que é necessário melhorar depois do jogo diante da Croácia: «Obviamente não queríamos perder contra a Croácia, nunca queremos. Ao mesmo tempo, falamos de uma seleção (Croácia) bem preparada, com jogadores experientes, que disputa as fases finais de todos os torneios, inclusivamente a final do Mundial de 2018. São uma seleção com muita mobilidade e qualidade e trabalhamos para contrariar isso. Acabamos por sofrer de penálti e num lançamento, onde provavelmente, não conseguimos ler o perigo. Obviamente nós já sabíamos, mesmo com uma qualificação sem derrotas, que havia aspectos a melhorar. Não viemos para cá a achar que já sabíamos tudo. Eu sinceramente, gosto deste negativismo à volta da seleção, até porque é sinal de que as pessoas esperam muito de nós. Nós também, queremos sempre fazer mais e melhor e estamos muito preparados para o que aí vem.

Sente que a seleção estava demasiado confiante, como disse Rúben Dias, tendo em conta a falta de testes com seleções como a Croácia?: A Islândia, por exemplo, era do nosso grupo e bateu a Inglaterra, que é considerada por muitos, a melhor seleção da competição. O nosso grupo não era fácil, nós tornamos as coisas fáceis. O Rúben falou bem, mas ao mesmo tempo tínhamos a noção de que não nos considerávamos os melhores. Sabemos que temos uma seleção com capacidade muito forte para reagir a adversidades e vamos fazê-lo a partir de amanhã.

Portugal não devia preparar as competições com as melhores seleções?: Vou tentar explicar a escolha das equipas, a Finlândia provavelmente, por jogar com um bloco mais baixo. A Croácia, para nos mostrar as dificuldades de jogar com seleções que gostam de ter bola e controlar a posse. Agora vamos defrontar uma equipa forte fisicamente, que tem como forte as bolas paradas. Não há melhor preparação do que nos prepararmos para todas estas situações.

Como tem sido ver o crescimento dos miúdos que agora se estreiam pela seleção?: São jovens com muita qualidade e eu podia dizer o que quisesse deles, mas demonstraram todo o seu talento. Temos uma mistura de juventude com a experiência dos mais velhos e, por essa razão, temos um misto de qualidades muito importantes nesta seleção que nos podem ajudar nos vários momentos da competição.

Povo português é de extremos?: O nosso povo é muito apaixonado pelo que faz e revejo-me muito nisso. Temos uma garra e paixão enormes para, nas adversidades, dar uma resposta ainda mais forte. Queremos começar essa resposta já no próximo jogo, diante da Irlanda.

Marcou nos últimos quatro jogos. Alguma responsabilidade?: Todos queremos marcar, mas obviamente eu sei que sou um médio com capacidade de chegar ao último terço. Eu gostava de marcar em todos os jogos, para chegarmos longe no Europeu. No fim das contas, o importante é que as dinâmicas de equipa funcionem, muitas delas ao longo do tempo permitiram-me marcar esses golos.

Oito golos sofridos em quatro jogos, afeta o grupo?: Vai afetar mais se não conseguirmos marcar mais do que sofremos. Cada vez mais se fala nas balizas a zero, mas não se trata dos nosso guarda-redes ou defesas. Trata-se de um conjunto de jogadores que têm de ser mais coesos de trás para a frente e vice-versa. Quando sofremos golo sofremos todos, quando marcamos marcamos todos. 

Uma segunda seleção portuguesa seria candidata ao Euro?: Não digo que seria uma segunda equipa, porque aqui somos uma equipa só e todos temos competências para estar no 11 inicial. Todos têm uma qualidade excecional, as individualidades fazem um coletivo mais forte. No papel, somos todos favoritos, mas quero olhar para Portugal e pensar que temos todas as capacidades e competências para chegar o mais longe possível e para sermos uma seleção que luta pelo título.

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