O Bugatti Bolide entra numa nova fase do seu desenvolvimento antes de começar a ser entregue no próximo ano. Só serão feitos 40.
Se a Bugatti tivesse um dicionário, o significado de “insanidade” teria de ter uma menção direta ao Bolide.
Quando o vimos ainda como protótipo há quase três anos era difícil de acreditar que esta «criatura» radical pudesse ser traduzida num modelo de produção.
Exclusivo para circuitos, é certo, o que o livra das condicionantes da homologação, mas mesmo assim, a decisão de fazer 40 unidades e não apenas um one-off (um exemplar apenas) não deixou de surpreender.
Agora a Bugatti revela um dos protótipos de desenvolvimento do Bolide. E com ele vêm novos dados sobre o que esperar daquele que é, seguramente, o Bugatti mais radical de sempre.
W16 como ponto de partida
A ideia por detrás do Bugatti Bolide é, aparentemente, simples: “começar com o motor W16 tetraturbo e depois construir o carro mais leve possível à volta dele”.
O protótipo inicial anunciava números «de doidos»: 1850 cv para apenas 1240 kg (a seco). Agora mais próximo do mundo real os números são mais civilizados, mas continuam a impressionar.
A Bugatti estima que o Bolide na sua especificação final entregue 1600 cv para 1450 kg (a seco), indo de encontro ao objetivo de ter uma relação peso-potência abaixo do 1 kg/cv.
A calibração do 8.0 W16 tetraturbo do Bolide recebeu particular atenção por parte dos técnicos da Bugatti. Sendo uma máquina exclusiva para circuitos, o W16 terá um uso mais intenso, que se traduzirá em mais rotações e por isso mesmo, foi otimizado nesse sentido. Também a transmissão foi modificada para uma resposta mais rápida.
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Fato justo ao corpo
A pele do Bugatti Bolide é uma espécie de fato justo que envolve toda a parte mecânica. Mas o seu design radical deve também muito à performance aerodinâmica.
Para melhor casar estas duas necessidades, a Bugatti teve de refazer muitos componentes, não podendo aproveitar os já desenvolvidos para o Chiron. E foram mesmo muitos os componentes refeitos, envolvendo os sistemas de refrigeração do W16, a transmissão e a suspensão, na maioria dos casos apenas com alguns milímetros de «folga» para os encaixar.
O W16 tem agora novos apoios de motor e a suspensão, diz a Bugatti, é três vezes mais firme da usada no Chiron.
Também o sistema de travagem é único. Os discos deixam de ser em carbono-cerâmica como no Chiron e passam a ser em carbono-carbono — com 390 mm de diâmetro —, para o máximo de resistência ao calor. Como estes precisam de calor para funcionar como pretendido, a Bugatti também desenhou novas pinças capazes de gerar e absorver mais calor.
A Bugatti prevê que estes discos gerem tanto calor que adicionou um escudo de calor ao sistema de travagem para proteger as jantes de 18″. E por falar nas jantes, estas são envolvidas por pneus slick da Michelin.
Os pneus traseiros têm a particularidade de só poderem ser encontrados nos protótipos LMDh que competem no WEC (campeonato mundial de resistência).
Quando chega?
O Bugatti Bolide, como já referimos, ainda está em desenvolvimento. As entregas aos futuros 40 proprietários, já definidos, só terão início em 2024. O preço de cada um? 4 000 000 de euros (quatro milhões).