Stella Li, CEO da BYD, revela "grandes mudanças" para o futuro da marca na Europa. Até 2025, a rede deverá duplicar ou mesmo triplicar.
Durante o Salão de Paris de 2024, a CEO da BYD, Stella Li, revelou sentimentos mistos relativamente à performance da BYD no mercado europeu e anuncia “grandes mudanças para os próximos meses”.
Apesar de a marca chinesa estar a registar um aumento das suas vendas em mercados com o do Reino Unido, França e Itália, por exemplo, a realidade é que no maior mercado europeu, a Alemanha, as vendas deste construtor continuam a descer.
No passado mês de agosto a BYD registou uma queda de 38% nas suas vendas no mercado alemão, segundo os dados revelados pela DataForce. Um cenário que desafia a ambição da marca de conquistar — a médio prazo — 5% do mercado europeu no que diz respeito a automóveis elétricos.
© BYD BYD Sea Lion 07 é a mais recente aposta da marca chinesa.Li não esconde a insatisfação com o desempenho da empresa: “Não estamos felizes com os resultados. Vão acontecer grandes mudanças na BYD nos próximos meses.”
As primeiras já começaram, com o construtor chinês a assumir o controlo direto das operações neste importante mercado, colocando de parte o ex-distribuidor, Hedin Electric Mobility.
Além disso, a BYD planeia duplicar ou mesmo triplicar a sua rede de concessionários na Europa até ao final do ano, segundo Stella Li. Só na Alemanha, a rede de revendedores deverá crescer de 26 para 120 até ao final de 2025. “Se a BYD quer ser uma das principais marcas de automóveis no mundo, estas medidas são essenciais”, avançou.
Tendências de compra na Europa
Contudo, a Alemanha não é o único mercado a testar a resiliência da marca chinesa. Na Suécia as vendas também registaram uma descida de 66%, com apenas 648 automóveis vendidos até agosto, de acordo com a Dataforce. Este panorama é justificado, em parte, pelas tendências de compra de elétricos que se fazem sentir na Europa.
A retirada de incentivos de compra aos elétricos por parte de alguns países e a oposição dos fabricantes europeus às novas metas de emissões, têm deixado os consumidores cautelosos, resultando num mercado incerto.
“É um mercado muito confuso e desafiante, mas eu acho que temos muita experiência. A partir do momento em que os consumidores compram os nossos carros, ficam apaixonados para sempre.”
Stella Li, CEO da BYD © BYD BYD Sea Lion 07 EVPara além disto, as relações comerciais entre a China e a União Europeia estão neste momento a passar por uma fase «tumultuosa», depois de se ter tornado oficial a aprovação das tarifas aduaneiras adicionais de até 35% na importação de automóveis elétricos produzidos na China. No caso da BYD, esta está exposta a uma taxa de 17% (sobre os 10% já existentes).
“As tarifas não são justas para o consumidor europeu, pois limitam o seu acesso aos carros elétricos de alto desempenho. É uma pena.”
Stella Li, CEO da BYDAtravés da abertura das suas novas fábricas na Hungria (em 2025) e na Turquia (em 2026), a BYD espera conseguir contornar estas tarifas. Segundo revelado por Li no Salão de Paris, as tarifas vão ser um “problema de curto-prazo”, adiantando que o custo destas vai passar para os consumidores.
Fonte: Automotive News Europe