O CEO da Citroën diz que o C5 X não terá sucessor e faz tudo parte do seu plano de apostar apenas nos segmentos que geram mais volume.
A Citroën irá concentrar a sua gama apenas nos segmentos de maior volume, nomeadamente o dos utilitários (seg. B) e pequenos familiares (seg. C). O que deixa o C5 X de fora, não estando previsto um sucessor para a berlina francesa que é, atualmente, o topo de gama.
De acordo com declarações feitas à Autocar pelo diretor-executivo da Citroën, Thierry Koskas, o fabricante francês vai deixar cair todos os modelos que não se inserem nestes segmentos.
A exceção à regra chama-se Ami, o quadriciclo elétrico que tem conhecido um sucesso comercial interessante. Assim, a gama da Citroën na Europa terá início no C3 e terminará no C5 Aircross.
“A Citroën precisa de estar nos segmentos B e C, uma vez que estes são o coração da marca.”
Thierry Koskas, CEO da CitroënDe acordo com Koskas, não se justifica substituir o C5 X uma vez que esse segmento quase não existe no mercado europeu.
Esta decisão também deixa de fora um eventual substituto para o C1, o citadino (segmento A) cuja produção terminou em 2022, sem deixar um sucessor. Algo que foi confirmado pelo próprio dizendo que, de momento, “não existem planos para um modelo neste segmento”.
A razão para não regressar ao segmento dos citadinos deve-se à fraca rentabilidade do mesmo, como assegura Thierry Koskas: “no segmento dos citadinos espera-se pagar menos do que no segmento B, mas os custos de produção para nós são os mesmos”.
Custos controlados
Para manter os custos baixos nestes segmentos chave, a Citroën vai recorrer, sobretudo, à plataforma “Smart Car”, estreada pelo novo C3, e que irá servir muitos mais modelos. Tal como outras plataformas da Stellantis, esta permite ter propostas 100% a combustão e 100% elétricas e tudo o que estiver entre elas.
Esta arquitetura — uma evolução da plataforma CMP usada noutros modelos da Stellantis —, foi otimizada para ser mais fácil de produzir — tem, por exemplo, menos partes —, logo reduzindo os custos de produção.
Fugir à norma
A concentração da futura gama em apenas dois segmentos não impede, no entanto, que não haja espaço para termos Citroën que fazem jus à história da marca, com formatos ou soluções originais: “está no ADN da da Citroën sugerir coisas novas”, afirmou Koskas.
© CitroënOu seja, os futuros Citroën não deverão ser carros com formatos convencionais de dois volumes ou SUV, podendo surgir “novas formas, que não existem”.
Por outro lado, Koskas afirmou que a futura gama da Citroën deverá ser mais reduzida, declarando que “cinco ou seis modelos bem posicionados” já é um bom número.
Até 2030, a marca francesa espera que grande parte das suas vendas sejam de 100% elétricos, porém a produção de automóveis a combustão mantém-se nos planos.
“Nós sabemos o que somos: carros acessíveis, simples e confortáveis. Nós não somos «árvores de Natal» tecnológicas.”
Thierry Koskas, CEO da CitroënFonte: Autocar