Cabo Delgado. Novas movimentações rebeldes resultam de tentativas de recrutamento

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O Presidente moçambicano disse hoje que as novas incursões rebeldes em Cabo Delgado resultam de tentativas de grupos armados de recrutar novos membros, considerando que no mês passado a província registou "muita movimentação de terroristas".

"Eles não conseguem mais fazer recrutamentos nesta província por muitas razões, a consciência [das populações] e então eles querem ver se furam para trazer outros membros para aqui (...) Eles queriam levar crianças e jovens e não foram felizes", declarou Filipe Nyusi, momentos após orientar uma reunião do Governo em Pemba, capital provincial.

As novas movimentações e ataques de grupos rebeldes começaram há algumas semanas, provocando novas vagas de deslocados, sobretudo a partir de segunda-feira, quando moradores de Mazeze, Chiúre-Velho, Mahipa, Alaca, Nacoja B, Nacussa abandonaram as respetivas aldeias percorrendo mais de 20 quilómetros ao longo da estrada Nacional (N1), até atravessar o rio Lúrio, fronteira com a província de Nampula, à procura de refúgio no distrito de Eráti (Namapa).

Segundo Filipe Nyusi, as tentativas de recrutar novos membros foram travadas pelas forças moçambicanas, em parceria com o Ruanda, provocando assim movimentações dispersas daqueles grupos armados.

"Os esforços das forças de defesa e segurança não permitiram que isto acontecesse (...) no mês passado, na segunda quinzena, houve muita movimentação de terroristas", avançou o Presidente. 

O chefe de Estado moçambicano destacou também limitações de comunicação com alguns distritos afetados devido à chuva que se faz sentir em Cabo Delgado, avançando que esforços estão a ser encetados para resolver este problema com alguma rapidez.

Nas últimas semanas têm sido relatados casos de ataques de grupos insurgentes em várias aldeias e estradas de Cabo Delgado, inclusive com abordagens a viaturas, rapto de motoristas e exigência de dinheiro para a população circular em algumas vias.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou há uma semana a autoria de um ataque terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas, um dos mais violentos em vários meses.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo EI, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos do gás.

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