As caixas negras do avião militar russo que caiu na quarta-feira na região russa de Belgorod, na quarta-feira, foram entregues a um laboratório especial em Moscovo para serem analisadas.
Os peritos já começaram a trabalhar na recuperação dos dados de voo das caixas, revelou a imprensa estatal russa citada pelo jornal The Guardian.
A Rússia acusou Kyiv de ter abatido o avião de transporte militar, que segundo Moscovo, transportava 65 prisioneiros de guerra ucranianos que seriam trocados por soldados russos. A bordo estavam ainda mais seis membros da tripulação e três acompanhantes. Morreram todos.
Estas alegações eram negadas pelo Governo ucraniano, que alegava que a Rússia criou uma "ameaça deliberada à vida e à segurança" dos seus prisioneiros ao não avisar Kyiv para descongestionar o espaço aéreo.
Contudo, esta sexta-feira admitiu a possibilidade de o avião transportar prisioneiros, e não apenas armas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou ao esclarecimento total do acidente, acusando a Rússia de "brincar com as vidas dos prisioneiros de guerra ucranianos".
As causas do desastre ainda não foram oficialmente anunciadas, declarou a TASS.
O avião despenhou-se cerca das 11h00 de Moscovo (08h00 em Lisboa), numa zona povoada da região de Belgorod, a poucos quilómetros da fronteira ucraniana, disse o governador local.
A região de Belgorod é regularmente alvo de mísseis e 'drones' (aeronaves sem tripulação) ucranianos devido à proximidade com a fronteira.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
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