Calendário apertado no Brasil? A estratégia (inesperada) de Abel no Palmeiras

3 meses atrás 90

Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, foi o último convidado do segundo dia do Fórum Internacional da Quarentena da Bola, evento promovido por Rémulo Marques e que conta com o zerozero como media partner.

Os elementos que participaram na sessão do treinador mostraram bastante interesse, sendo que uma das perguntas feita com mais frequência teve a ver com a forma como Abel Ferreira gere o plantel, isto tendo em conta a densidade competitiva que existe no Brasil. A resposta pode ter surpreendido alguns... 

«Não digam a ninguém, mas lido com o calendário apertado dando folgas aos jogadores. Arrisco, mas confio neles. Se der um dia ou dois de folga… às vezes há folgas de dois dias que parecem um mês. Às vezes eles querem folga e eu não dou. Decido pelo que sinto e não dou folgas porque ganhámos ou perdemos. Dou se tivermos sempre presente o nosso espírito competitivo. É uma das formas que tenho de lhes massajar o cérebro. Descobri isto aqui, se fosse no SC Braga o presidente matava-me. Se tivesse três dias para preparar um jogo e desse um dia de folga, ele dava-me na cabeça. Ainda assim, foi um presidente com quem aprendi muito [risos]», começou por explicar. 

Abel Ferreira
2024

32 Jogos
19 Vitórias
10 Empates
3 Derrotas

49 Golos
21 Golos sofridos

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Levantando um pouco o véu em relação à sua forma de estar no futebol, o técnico explicou ainda que «as relações humanas são a base» do seu trabalho, dando exemplos concretos «Eu nunca fui o melhor aluno, o melhor jogador… A minha fragilidade no meu processo de formação- às vezes era terceira opção no Penafiel, o meu pai perguntava-me se eu não queria sair e eu dizia que não porque gostava de estar lá com os meus amigos- acabou por me ajudar», recordou, indo ainda mais longe: «Por exemplo, eu não conseguia sair do treino chateado com um colega de equipa. Lembro-me que, no Sporting, eu e o Nani estávamos sempre pegados. Treinávamos os dois no máximo e gostávamos de competir, mas no fim não conseguia ir embora sem o chamar de lado para conversarmos e resolvemos as coisas.»

Na primeira parte da sua intervenção, Abel Ferreira abordou também a vertente mental do jogo. «É uma área que tem muito para se descobrir. Por exemplo, eu consigo controlar quanto é que os jogadores correm, comem ou dormem, mas não consigo medir a resiliência dos atletas», vincou.

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