Câmara de Penacova quer Livraria do Mondego classificada como área protegida

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O executivo daquele município do interior do distrito de Coimbra aprovou no dia 14 a candidatura da Livraria do Mondego a área protegida e o projeto de regulamento de gestão do monumento natural local, que estará para consulta pública durante 30 dias, segundo a minuta da ata da reunião da Câmara de Penacova consultada pela agência Lusa.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Penacova, Álvaro Coimbra, salientou que a intenção da autarquia é apresentar uma candidatura junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) da Livraria do Mondego, geossítio nas margens do Mondego, cuja disposição das rochas se assemelha a uma estante de livros na posição vertical.

Parcialmente destruída pela construção da estrada IP3, que liga Coimbra a Viseu, aquele monumento geológico foi esculpido pelo tempo ao longo de 400 milhões de anos.

"Tem um elevado valor científico, didático e paisagístico. É um rochedo que entendemos que tem de ser valorizado e achamos que está na altura de dar o devido valor à Livraria do Mondego", vincou Álvaro Coimbra.

O objetivo com a candidatura e a possibilidade de classificação passa por dotar a Livraria do Mondego de "novo equipamento de visitação, provavelmente uma travessia entre as duas margens, e preservar toda aquela zona, nomeadamente afastando as espécies infestantes e rearborizando com espécies autóctones", afirmou.

O projeto de regulamento, para além de definir as regras de proteção do espaço, contempla também a criação de um conselho consultivo que irá monitorizar a preservação do geossítio.

Segundo Álvaro Coimbra, caso a Livraria do Mondego passe a integrar a rede de áreas protegidas do ICNF na componente de monumentos naturais, pode haver um acesso mais facilitado a financiamento, para dar outra visibilidade a este monumento.

De acordo com o autarca, paralelamente a esta candidatura, o município está também a trabalhar num projeto para melhorar as condições de visita à Livraria do Mondego.

O processo começou no final de 2023, com a constituição de uma equipa que integra elementos do município, da Comunidade Intermunicipal e do ICNF, sendo liderada pela paleontóloga da Universidade de Coimbra Maria Helena Henriques, referiu.

Até à formalização de candidatura, o processo conta ainda com várias fases, nomeadamente a consulta pública do projeto de regulamento, que terá depois de voltar a ser aprovado na sua versão final em reunião do executivo e em assembleia municipal.

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