“Caminho de Pé Posto”, uma exposição que presta homenagem a um percurso pioneiro

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O dicionário diz-nos que a expressão “caminho de pé posto” significa atalho, carreiro, “caminho por onde se transita por costume”. Uma imagem que reflete os obstáculos e êxitos de um percurso pioneiro, o da P28 – Associação de Desenvolvimento Criativo e Artístico, e que se quis acima de tudo pragmático.

Na exposição coletiva “Caminho de Pé Posto Homenagem a José Azevedo”, que presta homenagem ao membro fundador da associação recentemente falecido, reúne trabalhos de autores profundamente influenciados por José Azevedo, e também de outros ilustres que com ele se cruzaram e que entenderam participar nesta iniciativa, e da qual emana a intensa atividade desenvolvida em conjunto, as rotinas e a sensação de dever cumprido.

José Azevedo começou muitas vezes do zero e também escolheu, por vezes, seguir atalhos. Tal como a P28, de cuja história José faz parte, fazendo a diferença, inspirando, motivando. Ao desafio lançado por Sandro Resende, aderiram amigos do José. Os artistas da casa, Anabela Soares, António Costa, Artur Moreira, Pedro Ventura e Zé dos Castelos; e os artistas de “fora”, David Etxeberria, Duarte Amaral Netto, João Louro, Jorge Molder, Luís Alegre, Orlando Franco, Pedro Cabral Santo, Pedro Cabrita Reis e Susana Anágua.

“Caminho de Pé Posto – Homenagem a José Azevedo” pretende, assim, honrar a memória de um dos fundadores da P28, relembrando o seu trabalho e, sobretudo, a sua personalidade incontornável, indissociável do percurso conjunto realizado até agora. Ao fazê-lo, os artistas presentes na mostra homenageiam, também, a Associação que tem como missão a difusão da arte contemporânea e como responsabilidade cultural/social a arte na doença mental.

No seu histórico, conta já com 22 anos ininterruptos de trabalho curatorial, de programação e de ensino artístico no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, com diversos e variados projetos, tais como o Pavilhão 28 ou o Pavilhão 31: a única galeria de arte nacional que apresenta parcerias entre artistas profissionais e artistas residentes numa unidade de saúde mental. Este conceito programático procura desestigmatizar o artista com doença mental e contribuir para a sua valorização artística e pessoal, procurando validar a obra de arte enquanto peça por si só.

A exposição “Caminho de Pé Posto – Homenagem a José Azevedo” abre o ciclo de programação deste ano da P28, e está patente até dia 22 de abril na Galeria do Pavilhão 31 do CHPL – Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, com horário de abertura ao público de quarta-feira a sábado, das 14h às 19h.

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